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CÃES DE GUERRA (War Dogs)


Um retrato do outro lado do espelho

Baseado em fatos reais, durante a chamada "guerra contra o terrorismo" na era Bush, retrata que não há vencedor entre dois países envolvidos numa guerra, mas o maior beneficio se dá pelo poderio financeiro de comercialização que vai além deles. A história real de Cães de Guerra - dirigido por Toddy Phillips (Se beber não case trilogia, 2009-2013) - veio à tona em um artigo intitulado “Arms and the Dudes” de Guy Lawson.


David (Miles Teller - de Divergente, 2014) é um homem frustrado que reencontra seu amigo de infância Efraim (Jonah Hill - de O Lobo de Wall Street, 2013) em um funeral, e após dividir seus problemas aceita trabalhar com ele em um negócio promissor e inusitado: o tráfico de armas para o exército durante a guerra.


Entre aventuras e perigo iminente, os personagens mostram o real lado desse mundo obscuro e perigoso - embora também sedutor - com relação ao aumento de patrimônio financeiro dos envolvidos nesse tipo de negócio. Por outro lado, mostram que o único beneficiário em uma venda de artefatos para a guerra acaba sendo não os países envolvidos nos conflitos, mas sim os que utilizavam a exportação e importação de armas.


Através de cartelas na tela - como em filmes antigos mudos - antecipa a ordem dos fatos que precede a cena, desenvolve-se a frieza e praticidade dos envolvidos nos bastidores dos conflitos desde o período da Guerra Fria. Por outro lado, a risada de Efraim - que por si só é engraçada - quebra os momentos de reflexão envolvendo o público e deixando por momentos o propósito denso da guerra.

Traição, inveja, jogo de poder, delação premiada e mentiras caminham cena a cena. Entretanto, há pontos positivos de reflexão sobre esse submundo. Se a grande sacada do diretor foi mostrar uma história real e pouco conhecida - com vários dados históricos -, o erro maior está na escolha de trilha-sonora que foge ao período retratado. Atentem-se à trilha do final: Behind Blue Eyes (Limp Byskit), que apesar de não se encaixar dá um sentido sarcástico.


Bradley Cooper (Sniper Americano, 2014) assina parte da produção e aparece em pequena, mas preciosa participação no filme, com seu charme e sedução dignos de um badboy. Ao mesmo tempo em que Milles se encarrega de deter os momentos de tensão da trama com seu personagem conservador.

As piadas provocativas bem posicionadas contra o governo são o contrapeso da moralidade. Vale a premissa que as entrelinhas dizem muito.

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