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IRMÃ (Litlle Sister)


Um ritual surrealista

Divertido, irreverente e surpreendente, adjetivos mínimos para definir o filme do diretor e roteirista estreante Zach Clark: Irmã.

Na trama, a jovem noviça Colleen (Addison Timlin) retorna para casa - prestes a tomar seus votos definitivos no convento - após receber um e-mail de sua depressiva mãe que a informa sobre o regresso de seu irmão do pós-guerra contra o Iraque de 2007. O retorno desestabiliza a todos, ora por problemas passados ora por indecisões futuras. Seu passado gótico trás marcas ao drama familiar vivido com sua ausência e a transforma pouco a pouco.


A fotografia utilizada em boa parte do filme - assim como a trilha sonora impecável de Indie Rock - traz nostalgia ao clima rebelde. Inclusive, vale prestar atenção, pois duas canções foram escritas dentro do roteiro.


Trata-se de um surrealismo digno de Luís Buñuel em evoluções cinematográficas atuais. Irmã é o típico filme que não pode ser classificado em um gênero específico, pois assimilam diversas nuances dentro de si, contudo torna-se único na avalanche de remakes e novidades cinematográficas recentes.

O filme trata a tristeza e o lado sombrio da vida com pitadas esporádicas de humor e positividade, em boa parte protagonizado pela mãe de Collen (Ally Sheedy) depressiva e ainda juvenil que mais parece estar vivendo nos anos 70.


Há ainda um lado intenso marcado por questões políticas camufladas em diálogos sarcásticos como pano de fundo, o sobrevivente de guerra retratado no filme foge aos padrões "Hollywoodianos" de heróis de estética perfeita. Pelo contrário, Zach utiliza maquiagem de filmes de terror para caracterizar o personagem Jacob (Keith Poulson) tornando-o mais real uma vez que passa como a aberração isolada da própria família.


Irmã trata, sobretudo de relações familiares, desconfortos e anseios sem a necessidade de ser dramático. Não é um filme marcante, mas oferece momentos descontraídos e reflexivos como forma de arte inovadora.

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