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KUBO E AS CORDAS MÁGICAS (Kubo And The Two Strings)


Beleza e cultura

Stop-motion - aquelas animações feitas quadro a quadro com bonecos - é uma arte quase em extinção. Existem poucos estúdios que ainda trabalham com esse tipo de animação, como o estúdio Laika que revolucionou a técnica, tendo sucessos de críticas com Coraline (2009) e Paranorman (2012). Por isso Kubo promete ser o sucesso de público que o estúdio precisa para continuar a trabalhar com esse tipo de filme.


Kubo vive em uma vila pequena no Japão, contando contos de batalhas lendárias para os moradores. Morava com sua mãeaté um dia descobrir que as histórias que conta são verdadeiras e perigosas, levando-o para uma jornada em que tenta achar uma armadura sagrada com a qual pode proteger-se do Rei Lua.


O processo de criar vida do stop-motion é complicado, muitos estúdios deixaram de trabalhar com essa arte por causa de sua complexidade, mesmo assim a produtora Laika continua a desafiar a lógica evoluindo sua técnica. Cada cena parece ter saído de uma pintura japonesa, fica claro como a produção foi cuidadosa com o conceito estabelecido. É um deleite aos olhos do público e difícil perceber que são bonecos se mexendo, pois a habilidade de dar vida aos personagens é notável, uma revolução a uma técnica quase extinta.

O diretor Travis Knight (Os Boxtrolls, 2014) acerta em concentrar a história em Kubo e sua família, isso ajuda a potencializar a mensagem do longa-metragem, mas é fácil perceber que existe uma fórmula para fazer a história andar, o que enfraquece o roteiro nesse universo de possibilidades. Os vilões não são tão explorados quanto o resto do elenco, mas o visual ajuda a preencher as lacunas deixadas pelo roteiro.


Toda a estrutura do filme exala épico, além de fazer jus aos clássicos do estúdio Ghibili (Princesa Mononoke, 1997), também homenageando os grandes diretores como Akira Kurosawa (Os Sete Samurais, 1954) e Hayao Miyazaki (A Viagem de Chihiro, 2001).


No final, apesar de não ter um roteiro polido como outras produções da Laika, Kubo e As Cordas Mágicas é uma obra ainda melhor que os outros filmes da produtora. Cheio de riqueza visual, prova ser uma sucessora digna de animações artísticas da qual o cinema carece. Se ao menos o público conseguisse ver o quanto são lindas produções assim - de bonecos inanimados em vez de filme em 3D - poderíamos ter mais “Kubos” no cinema.


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