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INVASÃO ZUMBI (Train to Busan)


Surpreendente e voraz

Invasão Zumbi, dirigido pelo sul-coreano Sang-ho Yeon (O Rei dos Porcos, 2011) veio para modificar a opinião e mesmice de filmes do gênero.

A história parte do drama entre o empresário Sok-woo (Gong Yoo) e sua filha, que estão em conflito após o divórcio da mãe e assim decidem partir para Busan em um trem onde o workahoolic pretende deixá-la. No caminho da viagem eles passam por discussões, luta pela sobrevivência e individualismo.


O diretor manipula, satiriza e ironiza muitos momentos até chegar à exaustão, porém, ao contrário do sistema Hollywoodiano, o espectador não tem um momento de descanso. O protagonista é apresentando de cara e assim ganha nossa antipatia por se tratar de uma pessoa egoísta, arrogante e diferente dos heróis que estamos acostumados. Desde o início também já temos a sensação de que algo está errado e vai culminar em uma grande catástrofe, mas mesmo assim nos surpreendemos.


Utilizando uma trilha-sonora impecável, simples e pontuada, aos poucos se cria a expectativa macabra. O filme acerta mesmo quando faz uma cena já vista em Guerra Mundial Z (Mark Foster, 2012). As ideias humanas de medo, exclusão, fé e resistência caminham em contraponto com o vazio dos mortos-vivos.

As tonalidades de azul, verde e amarelo, pontuam a contaminação e apodrecimento das cidades por onde o trem passa até o momento de narrar uma fuga frenética. A montagem valoriza as sacadas originais jamais exploradas por outros filmes do gênero, assim como a metáfora da passagem da vida, a defesa, a manipulação de autoritarismo e os infernos particulares de cada um.


A diferença entre o modo de ver zumbis na cultura coreana e nas outras padrões é primordial e faz toda a diferença.

A alteração do ritmo narrativo e a sequência final - que brinca e provoca o público - entrega uma hipótese sobre uma possível sequência, uma vez que não apresenta o resultado final da guerra.


Invasão zumbi é inovador e incomoda, pois leva o espectador a refletir sobre a questão mesmo diante de mortos-vivos ficcionais. Mostra o tempo todo que o ser humano é muito mais raivoso e ruim do que os zumbis.

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