Um herdeiro do clássico de modo inovador
Há anos literalmente não temos um filme musical tão adorado pelo público. O diretor Damien Chazelle (Whiplash, 2014 ) acertou em cheio ao revitalizar uma categoria clássica como esta trazendo à tona a riqueza de detalhes dignas da década de 30. Já na cena inicial de La La Land, há uma única sequência onde nos são apresentados os protagonistas com uma cena de desempenho musical que já demonstra que irá encantar a todos.
Sebastian (Ryan Gosling) é um sonhador pianista de jazz que esbarra sem querer no caminho de Mia (Emma Stone), uma atriz novata que busca um papel em Hollywood e ali nascem aventuras, romance e inspirações.
Ao longo do filme, a história de ambos se funde em uma nova vida, sobretudo ressaltando as influências negativas e positivas na vida de cada um.
O roteiro foge a todos os clichês românticos, fazendo com que a cada passagem de ano no filme aconteça uma modificação visível nos personagens, como se em paralelo à história principal da trama houvesse outras micro-histórias. A genialidade surge quando Damien apresenta uma cena aparentemente clichê e consegue subvertê-lo.
É um navegar em terras inesquecíveis - entre fantasia e realidade - que surgem no sofrimento de cada frustração obtida pelos personagens. A poesia presente no filme impulsiona o olhar do espectador cada vez mais por uma torcida, mesmo que não se saiba por quem ou o que.
A trilha sonora é um espetáculo grandioso à parte, mixagem de som e emoções misturam-se perfeitamente a cada desenrolar de sentimentos vividos pelos protagonistas. Os elaborados números musicais resgatam a era de ouro dos anos 30/40 do cinema tornando-o tecnicamente impecável. O abuso das cores nos figurinos e cenários em cada detalhe aliado com uma iluminação impecável por si só já é um espetáculo.
A falta de diálogos não é um problema, uma vez que os enquadramentos realizados cena a cena abrilhantam o roteiro. Há romance entre os personagens, porém ficamos fascinados e torcemos para que o sonho se concretize.
La La Land se torna um renascimento sofisticado e ao mesmo tempo clássico no cinema americano.