Previsível demais, engraçado "de menos"
Muito se critica as atuais comédias nacionais, cujo objetivo principal é um momento de descontração sem compromisso nem maiores reflexões. Fato é que esse tipo de filme sempre foi produzido nos Estados Unidos e não ouvimos esse tipo de comentário. Algo parecido com as frequentes críticas às cenas de sexo e violência de nossos filmes, o que não acontecem com filmes estrangeiros, que não perdem em nada nesses quesitos.
"Síndrome de vira-lata" à parte, com o desenvolvimento de nosso cinema, os cineastas estão percebendo que até a própria comédia possui diversos subgêneros, e ainda que este não alcance os melhores resultados, Os Penetras 2 - quem dá mais? é uma tentativa de se produzir aquele tradicional estilo de filme onde o malandro só quer é ter uma boa vida, sem maiores esforços.
Quem atingiu muito bem esse objetivo foi Hugo Carvana (1937 - 2014), com Vai Trabalhar Vagabundo (1973) e sua continuação em 1991, Casa da Mãe Joana (2008) e sua continuação em 2012.
Aqui o personagem Beto (Eduardo Sterblitch) recebe a notícia da morte de Marco Polo (Marcelo Adnet). Internado numa clínica, foge e reencontra seus amigos Laura (Mariana Ximenes) e Nelson (Stepan Nercessian), agora reforçados pela presença de Santiago (Danton Mello). Conforme previsto, vão se envolver em golpes, desta vez a vítima é o russo Oleg (Mikhail Bronnikov).
Se no primeiro filme de Andrucha Waddington, Adnet dominava as situações, esta continuação foi feita na medida para o humor físico e histriônico de Sterblich, que consegue alguns poucos momentos de graça. O melhor mesmo fica para as poucas aparições de Adnet.
Os Penetras 2 é bem produzido, tecnicamente bem feito, porém é previsível demais e engraçado de menos. Algo bem abaixo do talento de seu diretor e elenco, o que também prova que não basta seguir a fórmula "comédia + Globo Filmes + atores famosos" para dar certo, como muitos dizem por aí...