O escritor James Baldwin (1924-1987) escreveu a seu agente, visando a terminar um livro, Remember This House, que pretendia contar uma parte da história dos Estados Unidos, por meio da morte de três amigos dele, todos que militaram pelos direitos civis ou por um separatismo negro:
Medgar Evers (1925-1963), Malcolm X (1925-1965) e Martin Luther King (1928-1968). Muitos anos depois da morte de Baldwin, o manuscrito veio a inspirar o filme de Raoul Peck Eu Não Sou Seu Negro. O documentário chega agora aos cinemas com a chancela da indicação ao Oscar em sua categoria.
Eu Não Sou Seu Negro é um filme politicamente forte, muito bem documentado, que mostra como a história dos Estados Unidos é toda impregnada de um racismo atroz, de dar vergonha a qualquer país. Merece ser visto com atenção.
É sempre bom lembrar que o Oscar 2016 foi criticado por sua brancura, injusta para com o talento negro de Hollywood. Deu resultado, este ano há diversos filmes indicados que tratam da questão dos negros e muitos profissionais lembrados. Melhor assim. Entre todos, o que mais se destaca, pela contundência da denúncia e pelas provas cabais de racismo que apresenta, é justamente Eu Não Sou Seu Negro.