Uma história simples mas confusa
Ale McHaddo, um dos mais experientes e competentes diretores de animação brasileiros, chega aos cinemas com seu primeiro longa-metragem. Com o título de BugiGangue no Espaço e exibido em 3D, o filme chega no rastro da boa imagem deixada por O Menino e o Mundo (Alê Abreu, 2008), porém sem a mesma força.
Na história, alienígenas de um planeta distante tomam o poder na Confederação dos Planetas, liderados pelo vilão Gana Golber. Os Invas, que são seres bonzinhos e ingênuos, conseguem chegar ao planeta terra e pedem ajuda de Gustavinho (Danilo Gentili), Fefa (Maísa Silva), Bola (Rogério Morgado) e demais amigos da escola. Os amigos se envolvem numa aventura intergalática para salvarem o universo.
A escolha de Gentili para dublar o personagem principal apenas justifica-se por sua popularidade, pois não bastam muitos minutos para percebermos que o fato de não ser ator limita muito sua interpretação. Em diversos momentos sentimos o humorista "travado" em cena.
A animação trás várias referências pops, como os filmes ET - O Extraterrestre (Steven Spielberg, 1982), Guerra nas Estrelas (George Lucas, 1977), Os Caçadores da Arca Perdida (Steven Spielberg, 1981), entre outros. Ainda trás ícones brasileiros, como o Chupa Cabras e o ET de Varginha. Há também a presença do Seu Madruga, do seriado Chaves.
Tanta informação faz do filme uma espécie de Frankstein, pois além de toda essa mistura, há ainda uma quantidade infindável de personagens. Talvez por ser a primeira experiência do diretor em longa-metragem, ele quis colocar todos os personagens que tinha na cabeça sem conseguir filtrar quais eram realmente importantes. O resultado é uma trama simples, clichê, porém com desenvolvimento confuso, longo e cansativo.
O grande acerto do filme está na escolha de Alexandre Guerra (O Tempo e o Vento, 2012) para compor a trilha-sonora, que foi toda gravada pela Orquestra Sinfônica de Budapeste e dá o tom certo para cada cena em arranjos primorosos.