A 25ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade está acontecendo em São Paulo. Para comemorar um quarto de século, quem ganha o melhor presente é o público: todas as atividades – sessões de cinema, peças de teatro, shows musicais, conferências, até o divertido Show do Gongo – terão entrada gratuita. Vinte e cinco anos não é pouca coisa!
Esse ano serão exibidos 159 filmes, entre longas e curtas, de 34 países. Entre eles, estão quatro filmes indicados pelos seus países para concorrer a uma vaga ao Oscar 2018. São eles: Thelma, pela Noruega, dirigido por Joachim Trier, conhecido pelos filmes Oslo, 31 de Agosto (2011) e Mais Forte que Bombas (2015); Tom of Finland, pela Finlândia, dirigido por Dome Karukoski, um veterano em seu país mas pouco conhecido no Brasil; Conversa Fiada, por Taiwan, segundo longa da diretora Hui-chen Huang, e Os Iniciados, pela África do Sul, primeiro longa dirigido por John Trengove, egresso da televisão.
O Brasil participa com mais de 50 produções, contando as coproduções com outros países, abrangendo todas as regiões do país. Isso mostra como a diversidade está tendo maior visibilidade e sendo discutida, mesmo em tempos atuais em que o conservadorismo ameaça retroceder anos de batalhas e de conquistas importantes.
Esse ano, o Mix traz um grande homenageado, o cineasta Gus Van Sant, que vem ao Brasil pela primeira vez e receberá o troféu Ícone Mix pelo conjunto de sua obra. Alguns dos filmes mais importantes de Van Sant serão exibidos em forma de retrospectiva: seu primeiro longa Mala Noche (1986), inédito nos cinemas, lançado somente em DVD; Garotos de Programa (1991), com River Phoenix e Reanu Reeves, tornou Van Sant conhecido no país; Até as Vaqueiras Ficam Tristes (1993), com Uma Thurman; Um Sonho Sem Limites (1995), com Nicole Kidman que ganhou seu primeiro Globo de Ouro; Elefante (2003), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e Milk: A Voz da Igualdade (2008), que recebeu 8 indicações ao Oscar, incluindo Diretor e Filme, e ganhou Melhor Roteiro Original e Melhor Ator para Sean Penn.
Uma das sessões que eu considero mais importantes é a Crescendo com a Diversidade, voltada para o público infantil. Os filmes dessa sessão procuram mostrar aos jovens que a diversidade existe, devemos respeitá-la e não ter vergonha de nada.
Há vários anos, o Mix deixou de ser um festival apenas de cinema. A banda Liniker e os Caramelows fazem um show na plateia externa do Auditório Ibirapuera, marcando a abertura do Mix, no feriado do dia 15 de novembro. Na área teatral, um dos destaques desse ano é a peça Processo de Conscerto do Desejo, dirigido e protagonizado por Matheus Nachtergaele. Bastante elogiado, Matheus faz uma linda homenagem à sua mãe, declama poesias dela e canta músicas que ela gostava.
O divertidíssimo Show do Gongo, sempre apresentado pela Marisa Orth, já é uma tradição. Aos moldes dos antigos shows de calouros da televisão, o público avalia vídeos feitos por cineastas amadores. Os piores levam gongadas!
Para os profissionais da área, ocorre o MixLab Cine, um encontro de realizadores que promove o intercâmbio entre brasileiros e estrangeiros. Já a Conferência [SSEX BBOX] discute questões LGBTQ.
O 25º Mix Brasil acontece no CineSesc, Espaço Itaú Augusta, Centro Cultural São Paulo, Museu da Diversidade e circuito Spcine. A abertura acontece no Auditório Ibirapuera. Site oficial: http://mixbrasil.org.br/