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Gauguin: Viagem ao Taiti (Gauguin - Voyage de Tahiti)


Pintando o Taiti


Segundo longa do diretor francês Édouard Deluc (Casamento em Mendoza, 2012), que, em entrevista, conta que, durante seus estudos de Belas Artes, leu Noa Noa, o diário de viagem que Gauguin escreveu após sua primeira viagem ao Taiti em 1893, que o impactou de tal forma que acabou fazendo um filme sobre o artista. Comenta que Gauguin é um personagem extraordinário, que deseja se livrar de todas as convenções para se conectar com a natureza selvagem.


Em 1891 ele deixa Paris para a Polinésia, numa atitude de sacrifício e coragem. Este é o ponto de mudança de seu trabalho, que influenciou os fauvistas e cubistas, marcando a chegada da arte moderna.


O filme começa na França, quando Gauguin (Vincent Cassel) já é bem conhecido nos círculos artísticos parisienses e decide ir para o Taiti. Para isso deixa sua esposa e 5 filhos, pronto para tudo sacrificar pela busca da pureza original. O artista entra na selva e conhece os Maoris e Tehura (Tuheï Adams), sua musa, por quem se apaixona, e que inspirou suas obras mais icônicas.


Ressalte-se que a película apresenta ao espectador imagens paradisíacas da natureza do Taiti, o que por si só já vale a ida ao cinema. A fotografia de Pierre Cottereau (A Viagem de Fanny, 2017) traz imagens de terra virgem, merecedora de completa admiração, o que leva o público ao entendimento de como aquele ambiente é um tesouro comparado à vida na cidade.

Ademais, a obra é um convite para uma viagem na companhia de um artista radical, que rompe com padrões pré-estabelecidos de arte e de convenções políticas e morais. Trata-se de um homem que deixa tudo, que aceita viver na miséria para dedicar-se unicamente à pintura.


Outro aspecto positivo foi a escolha de Vincent Cassel para o papel de Gauguin, ator que, como sempre, tem excelente atuação, o que provoca interesse pelo personagem.

A trilha sonora de Warren Ellis (vendedor do César, por Cinco Graças, 2015) é bela e acompanha o desenrolar da trama com sensibilidade e delicadeza, levando o espectador a adentrar naquela realidade de encantamento da Polinésia.


Um filme que agrada por suas belas paisagens, trilha sonora, interpretação do artista principal, e por entrar em contato com a história do, hoje, famoso Gauguin.


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