top of page

OS INVISÍVEIS (The Invisibles)


Um tema batido, mas nunca desnecessário

A Segunda Guerra Mundial parece um tema inesgotável para o cinema. Volta e meia surge um filme tentando abordar o assunto de uma forma diferente. Em Os Invisíveis não diferente.

Escrito e dirigido pelo documentarista Claus Räfle, o filme é um docudrama - mistura de documentário com encenação tradicional - e conta a história real de quatro judeus que tiveram que se tornar invisíveis perante a sociedade, se disfarçando, se escondendo, falsificando documentação, tudo o que fosse necessário para continuarem vivendo em Berlim em tempos de guerra. No ano de 1943 eram cerca de sete mil judeus, dos quais algo em torno de mil e setecentos sobreviveram.


A histórias vão desde a inestimável colaboração de Cioma Schönhaus (Max Mauff), que utiliza-se de seus dotes artísticos para falsificar documentação para si e para vários outros judeus poderem sair do país, até Hanni Lévy (Alice Dwyer), que simplesmente tingiu seus cabelos de loiro para aparentar alemã e se escondia em sessões de cinema.


Muito bem dirigido e com belíssima reconstituição de época, a opção por intercalar depoimentos reais dos personagens mostra-se não ter sido ideal, uma vez que, se por um lado ajuda a ilustrar os fatos, por outro já deixa claro que todos irão sobreviver, o que tira um pouco a atenção do espectador. Talvez o melhor teria sido inserir os depoimentos apenas no final da história.


Os Invisíveis também apresenta diversas imagens de arquivo da Alemanha durante a guerra. Isso não causa nenhum distanciamento no espectador - até ajuda a situar o contexto -, mas a mescla com documentário e as várias histórias paralelas dificultam que o espectador se envolva na trama, por mais dramática e importante que seja.


Não que seja um filme imprescindível para quem não tenha alguma ligação muito direta com o Holocausto, mas trás luz a fatos e pessoas que ainda não tinham sido reveladas com tanta precisão. Por isso, somado à qualidade da produção, é um filme que vale à pena ser visto.


bottom of page