
Reciclando um velho tema
Falar sobre clonagem (humana, ou não) definitivamente não é novidade no gênero ficção científica. Filmes de excelente e também de péssima qualidade, já foram feitos aos montes acerca deste assunto. Quanto a Cópias - De Volta à Vida, dirigido por Jeffrey Nachmanoff (O Último Desafio, 2013), digamos que encontra-se num meio termo saudável entre ambas as categorias citadas.

O cientista vivido por Keanu Reeves (O Advogado do Diabo, 1997) perde toda a sua família num acidente de carro e - conforme seria bastante previsível nestas condições - decide recriá-los na forma de clones.
É digno de nota o fato de não haver necessariamente um julgamento sobre a ética do protagonista nesse momento. Ou seja, em nenhum momento ele próprio se faz a clássica pergunta: Estou ou não brincando de Deus? Levando em conta o quanto tal princípio é caro ao cinema norte-americano - sobretudo em sua vertente mais comercial -, talvez isso seja um sinal de que o novo cinema que está por vir tenda menos ao clássico maniqueísmo.

Em termos gerais, um filme longe ser inovador na temática e nem mesmo em termos narrativos, mas tecnicamente bem realizado.

Viagens à parte, tenho a impressão de que próximo aos momentos finais da trama há uma clara citação a um dos clássicos absolutos do gênero ficção científica: Robocop (1987), dirigido pelo grande Paul Verhoeven.
Observação impossível de deixar de fazer: a mulher do protagonista - vivida pela belíssima Alice Eve (Além da Escuridão - Star Trek, 2013) - simplesmente "rouba a cena" a cada instante em que aparece na tela. Não apenas por seu talento dramático, mas sim por sua absurda e incontestável beleza. É mesmo impossível desgrudar os olhos da tela quando ela está em cena.