
O filme O Mistério do Gato Chinês é uma produção chinesa de luxo, de alto padrão e beleza visual. Não só pelos palácios suntuosos, figurino exuberante e exotismo histórico, mas pela profusão de sofisticados efeitos especiais. É, por esse aspecto, um espetáculo deslumbrante.

A trama, porém, é apresentada de um modo complicado, confuso, de difícil entendimento. Mostra um monge e um poeta que buscam pistas misteriosas, envolvendo uma morte. Que remete a um gato preto demoníaco a quem se atribuem crimes no período da China medieval, após a reunificação do país, durante a dinastia Tang (618 a 906 d.C.). Coisa de mais de mil anos, portanto.
A verdade é que a história importa menos do que a criação visual, no caso. No entanto, quando a técnica fica muito evidente e é usada em demasia, como acontece aqui, algo sai do tom.

O cineasta Chen Kaige, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 1993, por Adeus, Minha Concubina, parecia caminhar para uma carreira de sólido sucesso, que acabou não acontecendo. Ele não conseguiu repetir o feito de então, mesmo tendo realizado bons filmes. Faltou maior elaboração ou um roteiro mais consistente e empolgante. Em O Mistério do Gato Chinês, o espetáculo visual está garantido, mas passou um pouco do ponto e deixou o espectador imerso no mistério.
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