Um dos filmes que mais amei em minha infância
Na época em que o filme Rambo - Programado para Matar foi lançado, eu tinha apenas 2 aninhos, mas trata-se de algo que passou a fazer de minha memória afetiva: o ato de ir ao cinema com meu pai pra ver o Rambo.
Tudo começou em 1982. Um filme sobre um veterano de guerra tentando voltar à vida normal, enfrentando seus próprios demônios e sobretudo as lembranças em relação ao Vietnã.
John Rambo (Sylvester Stallone) acaba sendo preso pelo xerife de uma pequena cidade, antes mesmo de ter conseguido chegar a sua própria casa. Em princípio pode parecer uma história simples, mas foi a partir daí que se deu o "start" para o espírito negativo do nosso herói.
Passados 37 anos desde a produção deste primeiro filme, Stallone agora estreia o quinto filme da franquia. Parece mesmo desnecessária a existência desta continuação, mas o fato é que ele, um dos maiores brucutus da cultura pop, está de volta e não perdeu o fôlego na trama.
Rambo é agora um senhor de sessenta e poucos anos que decide viver tranquilo numa fazenda, cuidando de seus cavalos. Aliás, este é exatamente o lugar para onde ele foi no final do quarto filme. Agora ele tem como companhia uma governanta e sua neta, que considera como uma filha, mas sua "aposentadoria" é interrompida no momento em que a tal garota é sequestrada por um cartel mexicano que explora jovens destinando-as à prostituição.
O tom do filme lembra muito o original de 1982, ao contrário do que ocorre nas sequências seguintes: um drama que acaba debandando para ação, sobretudo no terceiro ato.
Quem espera ver aquele Rambo dos filmes 2 e 3, por exemplo, pode se decepcionar, pois não temos aqui um filme repleto de bombas, tiros e pancadaria desenfreada. Porém, esses elementos estão lá, em determinados momentos.
O ato final, por sua vez, é capaz de chocar os menos familiarizados com filmes de horror a lá Sexta-feira 13 (Sean S. Cunningham, 1980). Armadilhas engenhosas e muito sangue, além de tripas voando.
Não é que eu não tenha gostado do filme, pelo contrário, o achei muito bom e também que ele dá um final digno à franquia, mas acho que faltaram alguns elementos que poderiam realçar a nostalgia em torno do personagem, tais como utilizar a trilha sonora original e também a velha faixa no cabelo, ou seja, coisas que viraram autênticas marcas da franquia.
Enfim, Rambo - Até o Fim é um filme de vingança com Sylvester Stallone, utilizando o nome Rambo. Aqui ele está bem mais sanguinário do que nos filmes anteriores e tem uma carga dramática que comove. Mas não é mesmo o Rambo que se esperava...