
Um Mergulho na esperança
Passados 20 anos do drama real vivido pela tripulação do submarino nuclear russo que mobilizou a imprensa e uma parte do mundo no inicio do século XXI, a história imerge com o mesmo impacto, porém desta vez nas telas, no longa Kursk - A última missão.

Sob a produção de Luc Besson (O Quinto Elemento, 1997) e a direção bem concebida de Thomas Vinterberg (A Caça, 2012) o drama baseado em fatos reais narra a tragédia que envolveu disputa de poderes em meio a uma possível guerra fria.
Durante exercícios militares no Mar de Barents, um dos mais profundos e gélidos oceanos, o submarino militar russo naufraga com 128 tripulantes, a maioria com morte instantânea após violentas explosões que o atingem e o conduzem ao fundo do mar. Os 23 sobreviventes passam as últimas oito horas posteriores à explosão lutando pela vida.

Não é segredo que todos morrem por conta da demora no resgate. O motivo: a negativa da Marinha Russa em aceitar apoio de outros países europeus por temer que seus dispostos artefatos de guerra nuclear fossem descobertos e expostos.
O roteiro enfoca mais nas questões humanas que envolveram os esforços no salvamento do que propriamente nos tópicos políticos. Colin Firth (O Discurso do Rei, 2010) atua como ponte de esperança unilateral da marinha Inglesa em contraposição às decisões das autoridades russas representadas na época pelo então presidente Vladimir Putin. O fato ganhou forte repercussão na imprensa internacional com criticas ao descaso em aceitar apoio estrangeiro e retardar o salvamento das vitimas, tratando como descartes da Marinha.

A sensação imposta pela trilha-sonora e tomadas diferenciadas de câmera levam o expectador para dentro do submarino desde o principio, respirando a cada instante como se o ar claustrofóbico fosse o mesmo entre tela e poltrona.
Em tempos de discursos inflamados entre nações que detém o poderio nuclear, relembrar o ocorrido é algo a ser considerado, visto e pensado. Se por um lado é um filme sobre falta de princípios, descaso e dor, por outro ressalta a honra, a união e a glória. É um filme de imersão.