
Rejuvenescendo um velho tema
Filmes que retratam o horror nazista praticado durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em especial a perseguição aos judeus, não são novidade ao longo da história do cinema internacional.

Tal constatação, aliás, me faz ser particularmente bastante seletivo em relação a filmes que abordam o assunto. Mas, volta e meia, felizmente aparecem algumas agradáveis surpresas, como é o caso de Meu Nome é Sara, dirigido por Steven Oritt (American Native, 2014).
O jovem diretor de fato acerta na condução da trama, explorando é claro o potencial dramático do tema, mas sem nunca cair no sentimentalismo barato e oportunista, comum à boa parte dos filmes que o abordam.
O ótimo elenco, embora não conte com celebridades ou mesmo atores europeus internacionalmente conhecidos, colabora muito para o êxito do filme. Com exceção da jovem protagonista, vivida pela estreante polonesa Zuzanna Surowy (que compensa sua pouca experiência cênica com uma inegável beleza suave e discreta), todo o restante do elenco é praticamente perfeito. O belíssimo trabalho de reconstituição de época em termos de figurinos e cenografia (direção de arte) também é digno de nota.

A crueza das relações humanas e sobretudo a forma brutal e desumana como praticamente todas as personagens femininas são tratadas ao longo do filme, fruto obviamente do machismo arraigado típico do período retratado associado, é claro, à luta pela sobrevivência num período de guerra que fatalmente conduz os indivíduos à velha atitude do "aqui é matar ou morrer", são pontos muito bem trabalhados pelo diretor.
Em resumo, Meu Nome é Sara consegue mesmo "rejuvenescer" um tema já tão desgastado nas telas do cinema quanto inegavelmente o é a questão do horrendo holocausto nazista.