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PANORAMA DIGITAL DO CINEMA SUÍÇO: O VENTO MUDA  (Le Vent Tourne)



Revendo conceitos


De 27/08 a 06/09 o 8º Panorama Digital do Cinema Suíço (neste ano exibido apenas em versão online) disponibilizará, em parceria com a plataforma de streaming do Sesc Digital, diversos títulos referentes à produção cinematográfica suíça contemporânea.

Dentre os títulos está a coprodução franco-suíça O Vento Muda, escrita e dirigida por Bettina Oberli (Juventude Tardia, 2006).


Em seu mais recente trabalho, Bettina Oberli analisa o dilema vivido por uma jovem mulher que, em companhia de seu marido, comanda uma fazenda auto-sustentável, buscando um estilo de vida obviamente saudável e ecologicamente correto.


A personagem vivida por Melanie Thierry (Destacamento Blood, 2019), até então convicta quanto a seus valores e estilo de vida, vê sua estabilidade emocional e conjugal balançar radicalmente com a chegada do jovem engenheiro vivido por Nuno Lopes (A Prima Sofia, 2017), ali presente para instalar um gerador eólico na fazenda.

Até aí, eis a estrutura clássica de praticamente todo drama familiar no cinema, que geralmente gira em torno do elemento externo que ali se instala para desestabilizar a harmonia que antes caracteriza (ao menos na aparência) o núcleo familiar tradicional.

A diferença em relação a um típico drama familiar norte-americano, por exemplo, está no ritmo com que as ações dos personagens ocorrem e, sobretudo, na ausência de um julgamento moral em relação a tais personagens, ao longo da narrativa. Em outras palavras, a ausência de uma postura maniqueísta, quase sempre caracteriza as produções europeias, no cinema contemporâneo, sobretudo.


Sem dúvida, se O Vento Muda fosse uma produção norte-americana, por exemplo, muito provavelmente acabaria por se tornar um melodrama, com uma série de julgamentos morais acerca dos atos de personagens e caracterizado pelo permanente sentimento de culpa e provável punição (física ou moral) aos "elementos desestabilizadores" da ordem social antes reinante, ao menos nas aparências.


Portanto, ponto para Bettina Oberli enquanto roteirista/diretora que, embora nem sempre acerte na condução do ritmo do filme, em termos gerais nos brinda com uma boa reflexão a respeito de questões como emancipação feminina, ambientalismo e também, claro, amor no século XXI.



Lembrando que a partir de 27/08 até 06/09 O Vento Muda estará gratuitamente disponível na plataforma Sesc Digital, no site www.sescsp.org.br/panoramasuico



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