CORÉIA A TODO VAPOR
por Ricardo Corsetti
Ligação Explosiva, eis mais uma clara demonstração do porquê, desde o início dos anos 2000 pelo menos, a Coréia do Sul tem se firmado como uma autêntica super potência cinematográfica.
O filme, basicamente, se trata de uma espécie de Velocidade Máxima (Jan de Bont, 1994), à coreana. Mas tem personalidade e, sem dúvida, é tecnicamente muito bem realizado. Com destaque para a ótima direção a cargo de Kim Chang-ju (O Almirante, 2014), capaz de manter um ritmo frenético e alucinante o tempo todo, sem esquecer do desenvolvimento da história propriamente dita. E o excelente desempenho de Ji Chang-Wook (Backstreet Rookie, 2022) também merece aplausos.
Obs: é bem verdade que algumas cenas de ação (perseguição) pelas ruas de Seul desafiam a verossimilhança, mas até aí, em primeiro lugar, isso é perfeitamente tolerável dentro dos códigos do cinema de gênero e, além disso, como diria o grande mestre Alfred Hitchcock (Psicose, 1960): "De que importa a verossimilhança, em relação à construção de uma boa cena?"
E por falar em cinema de gênero, como é bom notar que o novo cinema sul-coreano tem se empenhado em realizar ótimos trabalhos de viés mais comercial, conforme constatamos ao ver, por exemplo, o ótimo A Maldição: Despertar dos Mortos (Yong-wan Kim, 2022), no gênero terror e também o próprio Ligação Explosiva (2021), no gênero ação. Não se limitando apenas à realização de obras mais "autorais", tais como: Oldboy (Park Chan-Wook, 2003) e Parasita (Bong Joon Ho, 2019), por exemplo.
Realizado em enxutos 94 minutos de duração, Ligação Explosiva é símbolo do vigor e competência técnica do novo cinema sul-coreano e, sem a menor dúvida, merece uma boa conferida!
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