A evolução de um gênero
Filmes como Máquina Mortífera (Richard Donner, 1987) são raros, principalmente os que conseguem trazer a mesma magia aos personagens, pois exige bastante do criador para chegar ao ponto certo. Entretanto, isso não é problema para o talento de Shane Black (Homem de Ferro 3, 2013), roteirista e diretor do novo filme Dois Caras Legais.
Em Los Angeles no ano de 1970, depois de um suposto suicídio, dois investigadores são contratados para investigar o caso: Jackson Healy (Russell Crowe) e Holland March (Ryan Gosling). Cercados de intrigas e traições, descobrem que trata-sede algo bem maior do que pensaram, e isso pode custar bem mais que apenas seus empregos.
Dois Caras Legais é uma aula cinematográfica e mostra o quanto Shane Black (2013) domina sua arte, sabendo lidar com os clichês do gênero a favor da narrativa. O diretor equilibra todos os gêneros do estilo policial. Transbordando simpatia, o roteiro aborda todas as tramas de forma muito bem amarradas.
É inegável ver o quanto da química entre os atores é contagiante. Logo de cara, ambos estão tão afiados quanto o diretor. Ryan Gosling (A Grande Aposta, 2015) tem uma atuação cômica adequada para toda a película, chega a ser impossível não rir. Da mesma forma, Russel Crowe (Gladiador, 2000) é igualmente hilário. Até a atriz mirim - interpretada pela estreante Angourie Rice - esbanja qualidade.
Tudo acentua uma evolução clara do diretor. Fico ansioso para ver o quanto esse cineasta pode evoluir dentro desse gênero, talvez o único problema de Dois Caras Legais seja a expectativa que cria para o próximo filme do diretor, mas enquanto isso não acontece vale a pena conferir este lançamento.