Cantando de galo e pagando de pato
Superação, disputa e a descoberta do amor são o marco da série Una Película de Huevos (2006) de Gabriel Riva Palacio ganha versão como longa-metragem de animação no filme Cantando de Galo.
Na história, o jovem galo Toto não se desenvolveu fisicamente como os demais e sonha em se tornar respeitado no povoado, embora seja medroso. Um dia a fazenda em que vive é posta à venda e ele decide se aventurar em uma disputa de rinha com galos vizinhos muito mais fortes que ele.
A animação Cantando de Galo caminha entre a defesa dos mais fracos - através do esporte como superação - e a aventura de apostar em rinhas.
Porém, há dois pontos negativos. De forma sutil, é mencionado o uso de anabolizantes no momento em que Toto precisa ganhar força durante os treinos de luta. Outro ponto negativo é quando o público é levado a torcer pelo protagonista vencer a rinha,numa prática comum no México - país produtor do filme - e proibida aqui no Brasil.
Uma questão branda mostrada no filme - mas que vale a pena refletir - é por tratar de ovos, galinhas e um bacon salvos de serem devorados por humanos, levando o espectador vegetariano gostar dessa defesa e consciência contida no filme.
A animação - indicada ao Prêmio Ariel de Melhor Animação - mostra em diversos momentos canções ou frases pontuadas aqui e ali que remeterão a filmes clássicos como: O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola, 1972), Os Homens Preferem as Loiras (Howard Hawks, 1953) e filmes de luta como Rocky - um lutador (John G. Avildsen, 1976), Clube da Luta (David Fincher, 1999), Menina de Ouro (Clint Eastwood, 2004), Kill Bill (Quentin Tarantino, 2003) e tantos outros.
A mensagem final é clara: superação de seus próprios medos e vitória sobre os outros. Utilizando a busca pela vitória através da superação que envolve os personagens, Cantando de Galo entretém as crianças e diverte os adultos, ao mesmo tempo em que recebem a mensagem sobre preservação animal.