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ESPERANDO ACORDADA (Les Chaises Musicales)


Romance incurável

Filmes de gênero são difíceis de fazer, simplesmente porque muito já foi explorado dentro da história do cinema. Sendo assim, qualquer um que venha depois está fadado a ser julgado pela história cinematográfica, isso pode acontecer com o Esperando Acordada, que de primeira vista lembra um romance comum, que ao poucos emana uma fábula carinhosa.


Perriene (Isabelle Carrê) é uma violinista que trabalha tocando em festas, tentando dar um rumo à sua vida, até que se envolve em um acidente, onde o desconhecido Fabrice (Philippe Rebbot) fica em coma. Se sentindo culpada pelo ocorrido, decide cuidar da vida do acidentado para diminuir o sentimento de culpa. Contudo, Perriene acaba se envolvendo demais e se apaixonando por Fabrice.


Este não é um filme excelente, mas consegue entregar o prometido. É encantador como o filme seduz ao contar uma história singela dessa personagem cativante.

A atriz Isabelle Carrê (Românticos Anônimos, 2010), convence com seu lado meigo, desastrado, uma romântica incurável. Seu desempenho é bem-vindo ao tom do filme, que mistura pitadas de drama, comédia e romance, deixando-o delicioso. Não existe uma mensagem social dentro do filme, mas sim uma mensagem existencial, sobre correr atrás dos sonhos.


Outra virtude do filme é a direção e roteiro de Marie Belhomme, em seu primeiro filme. Ela entende a delicadeza do mundo feminino, sendo isso uma peça chave para o enredo funcionar, apesar de parece que dura mais que o necessário, o que causa uma pequena fadiga durante a sessão. Talvez não chame a atenção de um público faminto por personagens femininas fortes, mas é gostoso ver que ainda existe diversidade dentro do cinema.


No final o saldo é positivo. Não é nada extraordinário e não vai mudar a história do gênero no cinema, mas mesmo assim consegue ser justo ao que propõe, com personagens carinhosos e um enredo encantador, atuações que funcionam muito bem. A direção sabe exatamente como agir nesse romance de uma desastrada. Recomendo para todos os românticos incuráveis, assim como eu.

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