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MEU REI (Mon Roi)


O lado sombrio do amor

Avassalador como uma paixão e tórrido como o amor, assim é Meu Rei. Filme indicado a duas categorias do Prêmio César, como Melhor Filme e Melhor Ator - no qual a diretora Maïwenn (Anos Incríveis, 2012) - ilustra o quanto doentio e ao mesmo tempo saudável pode ser um relacionamento de idas e vindas.

Após uma queda de esqui durante um passeio, Tony (Emmanuelle Bercot, de Os Infiéis, 2012) se interna em uma clínica de reabilitação ortopédica onde - entre uma fisioterapia e outra - segue a vida relembrando seu passado com seu ex-marido. Ela e Georgio (Vincent Cassel, de Doce Veneno, 2015) têm em comum, durante uma década de relacionamento, uma tumultuada história de desejo, amor e autoridade.


Meu Rei, narra através de seus personagens, o quanto o amor pode enaltecer e ao mesmo tempo destruir alguém de modo intenso, realista e caminha entre momentos tórridos e um tanto sadomasoquista. A famosa crise dos dez anos entre um casal comum é retratada com desejos, sedução, ideal, e sobretudo um amor tóxico.


Sobre o contexto do amor e suas dependências físicas e psíquicas, Maiween apresenta - através de Tony - o feminismo de uma mulher que não renuncia seus valores mesmo diante de consequências drásticas como crises depressivas e traições. Há constantemente um jogo de poder entre ambas as personagens que induz o espectador a uma observação estilo "ping-pong", onde passa cada momento defendendo um dos protagonistas.


O amor é retratado de modo ambíguo no qual há diversidade de comportamento e ações entre o casal protagonista de modo dinâmico e sem cair para a caricata sessão psicológica.

Meu Rei assemelha-se a um eletrocardiograma, onde as oscilações entre altos e baixos podem ter fim através de uma linha reta.

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