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OUIJA - A ORIGEM DO MAL (Ouija: Origin of Evil)


Muito melhor que o original

Hoje em dia os estúdios procuram desesperadamente por novas franquias. Qualquer produção que dê lucro nas bilheterias do mundo tem potencial de ganhar uma continuação, mesmo que a produção em questão tenha uma qualidade extremamente questionável. Prova disso é “Ouija: A Origem do Mal”.


Alice Zander (Elizabeth Reaser) é uma mãe solitária, que dá golpes para sobreviver dizendo que pode falar com outro lado da morte. Tem ajuda das suas duas filhas, Paulina (Annalise Basso) - a mais velha - e Doris (Lulu Wilson) - a mais nova -, que após conseguir uma tábua Ouija começa a falar com espíritos dentro da casa, alguns não tão amigáveis.


O longa-metragem original - apesar de ganhar as bilheterias - não foi sucesso de crítica. É uma surpresa o quanto “A Origem do Mal” dá um salto em qualidade com relação ao seu antecessor. É um alívio dizer que os produtores ouviram as críticas e logo trataram de corrigir os erros cometidos no original.


O primeiro passo do pessoal por trás das câmeras foi remontar toda a equipe. Mike Flanagan (O Sono da Morte, 2016) ganhou o cargo de diretor por causa de outro filme em seu currículo: O Espelho (2013). Ele agarrou o projeto com unhas e dentes, em vez de continuar a história escolheu retornar às origens dessa tábua Ouija, dando uma visão mais séria e sinistra para a história das irmãs.


Apesar de alguns sustos fáceis - algo comum no gênero terror -, o segundo filme se apoia em desenvolver os personagens. Em especial Doris, a filha mais nova. Isso ajuda o público a se afeiçoar com a menina. Ela consegue ser assustadora quando precisa, emanando uma ameaça genuína da personagem. A atriz mirim carrega o filme durante boa parte do primeiro e segundo ato, deixando o final do filme emocionante.

Apesar de ser bem-vindo, o desenvolvimento dos personagens é mal-usado, prejudicando o ritmo da produção. Os produtores Michael Bay (13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi, 2016) e Jason Blum (A Entidade 2, 2015) ficaram tão preocupados em desenvolver e focar nos personagens que quase esqueceram que estavam em um filme, não uma série (por enquanto). Parece que muito foi deixado fora da edição final.


A Origem do Mal ainda faz referências interessantes a filmes de terror preto e branco, se aproveitando do suspense criado entorno dos personagens. Também tenta emular a fórmula do diretor James Wan (Invocação do Mal 2, 2016), seguindo passo a passo o que o diretor fez no filme Invocação do Mal, quase soando como plágio. É desconfortante perceber que todos os envolvidos apesar de colocar 110 % no filme, não conseguem trazer algo original.


O saldo é positivo com Ouija - A Origem do Mal, apesar da sensação de estar vendo a mesma coisa, de novo e de novo, existe uma qualidade inegável nesse segundo filme. Espero ver tal determinação nos próximos feitos por essa equipe, pois isso abre espaço para uma nova evolução no mundo do terror, sendo um dos poucos gêneros que consegue se reinventar no mundo do cinema.

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