
Uma bat-comédia para todos os públicos
Assim que o filme começa, vemos a tela branca, os logotipos dos estúdios da Warner, da empresa de quadrinhos DC Comics e da marca de bloquinhos de montar da Lego. Uma abertura comum, se não fosse uma voz narrando e tirando sarro. Deadpool? Não! É um herói da DC, o "homem-morcego", em seu mais novo filme Lego Batman: O Filme (de Chris McKay).

Após Uma Aventura Lego (Phil Lord e Christopher Miller, 2014), duas vezes indicado ao Oscar, como melhor longa-metragem de animação e melhor canção original por Everything is Awesome, traduzido no Brasil como Tudo é Incrível, os bonecos e os bloquinhos se juntaram em 3D para formarem o anti-herói dos quadrinhos, dos filmes e das séries de televisão que possui muitos fãs mas ninguém próximo.
Tudo começa com o Coringa aterrorizando a cidade de Gotham ao lado da sua amada Arlequina e centenas de vilões e, é claro, sendo impedido por Bruce Wayne - numa fantasia de morcego - com infinitas ferramentas. Assim esconde a identidade de homem rico com tanquinho na barriga, anti-social, egocêntrico e sem vínculo emocional com seu mordomo e figura paterna Alfred, o comissário Gordon e seus colegas da Liga da Justiça, principalmente Superman, o Homem de Aço. A partir daí, temos o conflito a ser solucionado através da sua paixão, nova comissária e Batgirl mais popular, Barbara Gordon, seu filho adotivo e braço direito Robin, Dick Grayson e, é claro, o Coringa buscando a consideração de Arqui-Inimigo.

Ao longo da história vemos referências a trabalhos anteriores derivado do Homem-Morcego. As cenas de luta cobertas por quadros coloridos e som escrito da série de TV de 1966, a arquitetura noir e gótica expressionista da cidade no filme de Batman: O Retorno (Tim Burton, 1992), a falta de calças do Robin como nos primórdios dos quadrinhos e o fato dele ser um playboy rico que bate em malfeitores da base da pirâmide social enquanto trabalha sua saúde mental, semelhante aos filmes do diretor Christopher Nolan.
Também há participações especiais de vilões conhecidos da cultura pop presos na Zona Fantasma, esses são bem piores que os habitantes do Asilo Arkam, mas isso fica pra quem quiser assistir ao filme. Irá ver metalinguagem satírica dos filmes de herói, principalmente deste autoproclamado carro chefe da DC.