Um copia e cola após 12 anos
Só há um fator pior que continuações de terror: tentar atualizar a linguagem de acordo com a época e correr o risco de piorar. É isso que acontece em O Chamado 3, do diretor F. Javier Gutierréz (Três Dias, 2008).
Nessa sequência, o professor de biologia Gabriel (Johnny Galecki) encontra uma fita perdida dentro de um videocassete antigo, e depois de assisti-la cria uma espécie de estudo de campo com seus alunos de universidade. Júlia (Matilda Anna Ingrid Lutz) assiste ao vídeo para salvar seu namorado Holt (Alex Roe) - que estuda nesta mesma instituição - e parte em uma investigação para tentar entender o que está acontecendo. Eis que surge Samara, que agora com o uso da internet, smartphones, tablets e notebooks aterroriza de modo viral.
Há enormes falhas de roteiro, que diga-se de passagem, foi escrito a seis mãos: David Loucka (A Casa dos Sonhos, 2011), Jacob Estes (Sete Minutos, 2014) e Akiva Goldsman (Eu Sou a Lenda, 2007). A história em si não acrescenta mudanças, os diálogos são fracos, as situações vivenciadas são sem sentido, e por todos os espectadores anteriores conhecerem a Samara - e o que ela faz - não trás susto algum.
A essência do filme estava na origem da maldição através do VHS. Claro que em tempos atuais - onde é escasso até mesmo pen drives e DVD’s - o fator VHS não assustaria mais nem despertaria frisson, porém a adaptação em mídias atuais fez com que o interesse do terror contido nas franquias anteriores se perdesse.
Houve tentativas de mudar o percurso da história - como o inicio se passar em um avião - e essa é a única coisa boa do longa. Há muita explicação do porquê atacar, em vez das imagens de ataque por si só, a justificativa do mistério faz com que no inicio do filme perca seu interesse.
É, contudo, uma repetição de clichês como um copia e cola em busca de bilheteria.