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A BELA DA TARDE (Belle de Jour)


A realidade e o sonho se embaralham


Se cinema é imaginação, A Bela da Tarde é o exemplo perfeito de como uma história pode naturalmente transitar entre a realidade e o sonho, dando vazão aos mais férteis desejos sexuais.


Baseado no romance Belle de Jour (1928) - de Joseph Kessel -, A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967) - dirigido por Luis Buñuel - conta a história da burguesa Séverine Serizy (Catherine Deneuve, considerada a deusa do cinema francês) que, motivada por suas fantasias e insatisfeita com o casamento, passa a se prostituir no bordel da Madame Anaïs (Geneviève Page), onde se depara com os mais diversos tipos de clientes e situações.


Com o pretexto do sonho, lembranças ou fantasias, o roteiro que Buñuel fez em parceria com Jean-Claude Carrière, autor de vários livros - entre eles o conceituado A linguagem secreta do cinema - foi inovador por abordar questões até hoje consideradas tabu sobre o universo feminino, dando palco aos desejos sexuais tão perversos quanto reprimidos.


E não é à toa que Buñuel explora o inconsciente. Considerado o pai do cinema surrealista, seu primeiro filme, Um Cão Andaluz (1929), produzido em parceria com Salvador Dalí e recheado de cenas dúbias e metafóricas, é um marco histórico para o cinema experimental.

A Bela da Tarde começa mostrando o casal Séverine e Pierre (Jean Sorel), em uma carruagem, ao som dos guizos (sinos) presos aos animais, a caminho de sua residência, quando ela se imagina sendo violentada pelo cocheiro a pedido de seu marido.


As cenas remetem sempre a algo além, mais pesado, mas não se chega a este ápice. São indicações que deixam claro o que acontece ou se imagina. E isso inclui violência, estupro, sadismo e até abuso de menor.

O real e o imaginário no mundo de Séverine se fundem, entre lembranças em flashbacks e fantasias sexuais.


Destaque para a edição de som de René Longuet (L`agression, 1975), que se utiliza de elementos sonoros, como os guizos na carruagem em movimento, como ícones, para se associar ao pensamento da Severine, que não são poucos.


Ao final, na sala com o marido, que está doente, imóvel em uma cadeira de rodas, Séverine escuta os sinos e observa na janela a carruagem que vem pela estrada. E, como que voltando para a realidade ou saindo dela, o marido se levanta e comenta que vai tirar 15 dias de férias para eles viajarem para as montanhas.


Esta confusão entre o real e o imaginário permeia todo o filme, tornando-o ele próprio um elemento a ser questionado.

VERSÕES DE ROTEIRO

Todos os vencedores no Concurso de Roteiros irão receber uma versão em INGLÊS e outra em ESPANHOL. Dessa forma poderão participar dos mais importantes eventos do gênero no mundo.

Os trabalhos serão realizados por importantes profissionais do mercado: André Duarte e Angelo Dourado.​

Os selecionados e não premiados terão direito a versões com 50% de desconto.

ANDRÉ DUARTE

Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras de Lisboa, trabalha como tradutor há quase 20 anos, especializado em roteiros e outros textos para cinema durante mais de metade desse tempo. Realiza traduções de - e para - Português, Inglês, Espanhol e Francês para muitas dezenas de clientes satisfeitos em Portugal, no Brasil, e um pouco por todo o mundo. Com a primeira produção de um roteiro próprio neste mesmo ano de 2024, ganhou também uma paixão pela vertente de produtor e já tem vários outros projetos encaminhados.

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ANGELO DOURADO

Angelo Dourado é escritor, roteirista e dramaturgo. Nascido em Santos/SPs, é formado em História pela USP e trabalhou durante muito tempo como professor de cursinho pré-vestibular. Estudou cinema e teatro por conta própria, dedicando-se a transformar qualquer assunto numa boa história. Atua no setor de entretenimento desde 2002 como autor de textos teatrais e peças publicitárias, além de ter roteiros selecionados por grandes produtoras em rodadas de negócios. Ministra o curso Estudando Nemo para roteiristas iniciantes e presta serviços de consultoria para quem busca profissionalizar-se na área. Desenvolve o site A Cena Escrita com artigos sobre roteiros  de cinema. Publicou de forma independente o livro O Pescador de Varagrande, com personagens fixos em histórias sensíveis e bem-humoradas, que têm como pano de fundo a cultura caiçara do litoral brasileiro.

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