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CREED II (idem)


A vida é um ringue para o desafio


As franquias dos filmes de Hollywood possuem variados desenvolvimentos de narrativas. Há aquelas que se aprofundam nos universos das personagens e trazem sempre um refresco e uma vontade de uma sequência vindoura ou não, e aquelas que giram em torno de si numa eterna repetição.


Sylvester Stallone, eternizado como Rocky Balboa e Rambo, retorna em Creed 2 no papel do boxeador Rocky Balboa, personagem que existe no imaginário de grande parte do público cinematográfico quando se pensa nos filmes sobre boxe. Stallone divide o roteiro com o estreante Juel Taylor, e o filme possui direção de Steven Caple Jr. (The Land, 2016).


Na continuação da saga de Balboa, ele treina o jovem boxeador Adonis Creed, interpretado por Michael B. Jordan (Pantera Negra, 2018). Adonis é o atual campeão mundial e detentor do cinturão dos peso-pesados, além de ser filho de Apollo Creed, amigo de Rocky e lutador de boxe, que morreu durante uma luta contra o russo Ivan Drago (Dolph Lundgren, Aquaman, 2018). Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan, desafia Adonis para uma luta em que a história dos filmes de Rocky é resgatada.

Como o filme precisa de uma alavanca e conflito dramático potente, a sacada foi colocar os filhos de dois grandes lutadores no ringue, em um desafio que vai além da simples glamourização do boxeador como um herói nacional, mas ao mexer em um conflito pessoal e caro aos personagens. Ambos os jovens lutadores - além de suas trajetórias individuais e toda a carga emocional que isso acarreta na vida - carregam a história do desenlace da vida profissional dos seus pais. Adonis carrega a morte de Apollo pelas mãos de Ivan, e Viktor carrega o fardo da exclusão de Ivan para a Ucrânia, após a derrota deste para Rocky.


O filme funciona como um todo para entreter, sem inovações de linguagem e até mesmo de dramaturgia. Enquanto espectador, não há uma provocação e mistério sobre o que pode acontecer. As cartas estão dadas desde o início, em todos os filmes da franquia. Sabemos o que vai acontecer, mas de alguma maneira ele pega pelo saudosismo que instaura nessa relação de personagens, um ícone consagrado e outro em ascensão.


Os esportes em geral criam relações fortes entre seus praticantes, principalmente nos que são menos coletivos, onde a troca consegue ser mais intensa e aprofundada. A troca entre as personagens se entrelaça na temática da família, da passagem de conhecimentos, vivências e histórias. A família como o suporte para o novo, o inesperado, o desafio e a reestruturação.


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