Recriando o gênero Ação
A saga de John Wick, se por um lado não oferece nenhum grande aprofundamento em termos de história, em nenhum dos três filmes lançados até o momento, sem a menor dúvida, inovou ou até mesmo "recriou" o gênero ação no cinema contemporâneo.
Em John Wick 3 tais inovações parecem mesmo terem atingido seu ápice, ao combinar de forma perfeita elementos do gênero ação propriamente dito, com a clássico subgênero dos filmes de arte marciais, porém, com uma nova e absolutamente fantástica abordagem.
Quanto ao protagonista vivido por Keanu Reeves (O Advogado do Diabo, 1997), tem lá seu carisma todo especial, talvez até por seu fascínio por cães (fato facilmente explicável pra quem assistiu ao primeiro filme da franquia), mas não necessariamente pelo desempenho do ator em questão, que em filmes de ação costuma sempre apresentar um estilo de atuação genérico, investindo muito mais no aprimoramento físico na composição de seu personagem.
Quanto ao trabalho de direção, é simplesmente fantástico, pois, não por acaso o diretor Chad Stahelski (John Wick - Um Novo Dia Para Matar, 2017) passou os primeiros anos de sua carreira atuando como dublê e diretor de segunda unidade em filmes de ação. Portanto, aproveitou esse período pra se tornar um indiscutível especialista em tudo o que envolve cenas de ação, combinadas a lutas envolvendo princípios das artes marciais.
A direção de fotografia também merece destaque. O fotógrafo dinamarquês Dan Laustsen (A Forma da Água, 2017) - um veterano já indicado ao Oscar da categoria, inclusive - nos brinda com um autêntico mosaico quase expressionista, utilizando tons escuros pra realçar a dramaticidade das cenas.
Portanto, John Wick 3 - Palabellum conseguiu deixar, em determinados momentos, embasbacado até mesmo um não grande fã do gênero ação dessa forma, me parece então fato incontestável que o filme chegou mesmo pra revolucionar o gênero.