Sessão da tarde com muito estilo
As Rainhas da Torcida, dirigido pela estreante Zara Hayes, trata-se de uma simpática e super agradável comédia que, aliás, subverte a regra não-oficial de que filmes do gênero, quase sempre, devem ser protagonizados por adolescentes, dando espaço a veteranas e talentosíssimas atrizes, numa espécie de "comédia da melhor idade".
A sempre ótima Diane Keaton (Alguém Tem que Ceder, 2003), segura a onda com muita competência, mas, em determinados momentos, chega a ser eclipsada pelo carisma da igualmente veterana atriz Jacki Weaver (As Viúvas, 2008), talvez em grande parte pelos divertidíssimos diálogos e situações por ela vividos ao longo da trama.
O trabalho de direção é bastante convencional, não há grandes ousadias em termos de linguagem narrativa, mas a diretora compensa o convencionalismo narrativo com um ótimo trabalho de direção de atores. Obs: também, com um elenco desses à disposição, fica relativamente fácil extrair o melhor de todos.
Merece destaque a pequena, mas sempre marcante, presença da eterna musa do gênero Blaxploitation Pam Grier (Coffy, 1973), vivendo uma das participantes do clube criado pela protagonista.
As Rainhas da Torcida tem mesmo um delicioso sabor de sessão da tarde, mas a personalidade suficiente pra fugir da mesmice normalmente oferecida por filmes que apelam para o humor popularmente acessível como forma de agradar ao grande público. A cena em que a personagem vivida pela ultra-carismática Jacki Weaver leva a protagonista (Diane Keaton) a um velório, apenas para que ambas possam comer de graça, fingindo conhecerem a família do falecido, é simplesmente hilária.
Em termos gerais, As Rainhas da Torcida nos passa mesmo, sem qualquer pieguice, a mensagem de que nunca é tarde pra realizarmos sonhos e assim de fato vivermos da forma que merecemos.