Riqueza e destruição
O documentário Frans Krajberg: Manifesto, da premiada diretora de cinema Regina Jehá (Viva Marajó, 2012), que levou sete anos para ser filmado, consta de uma entrevista com o artista plástico, escultor e gravurista, já aos 95 anos, um ano antes de sua morte, na sua casa na Bahia.
Nascido na Polônia e radicado no Brasil, frans faz um relato de sua história pessoal e de seu percurso pelo mundo da arte. Refere ter viajado muito pelo país, mas que ao conhecer a Amazônia, Alto Rio Negro, o contato com a exuberância da natureza do local, o marcou profundamente.
Este homem, profundo amante da natureza, engajou-se na luta pela preservação desta recebendo justa homenagem por seu trabalho na 32° Bienal de São Paulo, onde expôs grandes esculturas de madeira, sem saber que aquela seria sua derradeira exposição.
O filme possui imagens maravilhosas das matas brasileiras, e, infelizmente, também das queimadas que destroem um patrimônio do país. À medida em que o espectador se envolve com a questão apresentada, passa a entender o porquê do engajamento do artista plástico com a região.
O documentário chega às telas num momento propício, de discussões acaloradas sobre o futuro da Amazônia e de sua população nativa. Aborda com seriedade a questão, e só por isto já vale a pena ser visto. estreia em breve. A obra foi exibida na 42º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2018).