Thriller morno com um belo trailer
Baseado em fatos, Segredos Oficiais é o novo filme protagonizado pela atriz inglesa Keira Knightley (Colette, 2018), que interpreta a tradutora do Agência de Segurança Nacional do Governo Britânico (GCHQ) Katharine Gun. Ela se tornou conhecida mundialmente por vazar informações confidenciais do GCHQ no ano de 2003. Na trama, Gun trabalha na sede de comunicação do governo inglês e se depara com um e-mail secreto do governo norte-americano pedindo ao governo britânico que espione membros de cinco países do Conselho de Segurança da ONU para chantageá-los e votarem a favor da invasão e guerra ao Iraque. Chocada com tudo aquilo, Katharine Gun busca ajuda através de uma amiga pacifista, mas nesse ínterim o e-mail secreto acaba em mãos de um jornalista que o torna público. Ela é então acusada pelo governo de violar a Lei dos Segredos Oficiais. Agora, sua vida, sua liberdade e o seu casamento estão ameaçados, mesmo assim, ela fará de tudo para defender aquilo que acredita e também lutar para justificar as escolhas feitas.
Segredos Oficiais traz também no elenco os atores Matt Smith (Orgulho e Preconceito, 2016), Matthew Goode (O Último Assalto, 2018) e Ralph Fiennes (O Jardineiro Fiel, 2005), que faz o papel de um dos advogados de Katharine Gun.
Este é o sexto filme do diretor Gavin Hood (Decisão de Risco, 2015), que também é ator, roteirista e produtor. Gavin desenvolve uma direção burocrática e sem eloquência na cobertura das cenas, que para este gênero de filme, um Thriller Político, nas mãos de outros diretores teria mais dinamismo e ritmo. Mesmo assim, a abordagem de Hood funciona para contar a história, mas de maneira morna e em “banho-maria”, com momentos cênicos de forte "sonolência". O diretor prioriza a narrativa em detrimento da agitação ou do comportamento dos personagens. As cenas com muitos atores, representam um problema para Hood, pois há momentos em que ele parece estar dirigindo apenas um ator de cada vez.
No roteiro, no entanto, existem alguns “gaps”, talvez pela forma como os roteiristas Gavin Hood, Gregory Bernstein e Sara Bernstein optaram por estruturar os atos, lembrando uma separação por núcleos de elenco e/ou as fases/etapas do enredo, semelhante a blocos narrativos.
Dizem que a melhor escrita política é aquela que usa a imaginação para elevar os fatos ao drama, mas em Segredos Oficiais elas parecem mais com transcrições do que com um Thriller. Mesmo alguns críticos elogiando e atribuindo essa como uma excelente atuação de Keira Knightley, ela continua histriônica e teatral. Embora seja difícil pensar em tudo o que poderia ser melhorado no filme, desde o elenco, até quais os melhores caminhos para a direção, assistindo apenas uma vez a obra não é um filme ruim. Sugiro inclusive que assistam e tirem suas próprias conclusões, mas não é algo digno de nota, e se há alguma inovação estilística ou na maneira de fazer um Thriller ou Suspense para uma história tão séria e importante, o diretor manteve em algum lugar secreto.