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AQUELES QUE FICARAM (AKIK MARADTAK)


Sobre um processo de cura


O diretor Barnabás Tóth (Operation Stone, 2017) se utiliza de meias palavras, muito ritmo sonoro e estética fria em mais um clássico melodrama de guerra em Aqueles que Ficaram, filme húngaro que retrata o fim da Segunda Guerra Mundial.


O drama caminha entre o conflito e o trauma, ambos sofridos pelos sobreviventes do Holocausto, onde um médico e uma menina em luto - por conta dos familiares perdidos nos campos de concentração - tentam reformular suas vidas lado a lado.


A direção conduz a narrativa respeitando o luto e a tristeza provavelmente vivenciada na historia entre esses períodos pelos sobreviventes reais. A direção de fotografia utiliza cores frias para o estado da dor e luto. O filme ainda enfatiza - através da concepção sonora - que a vida segue normalmente seu fluxo mesmo quando o massacre ainda ocorria ou era mascarado bem ao lado.

A ideia que o filme nos sugere aos poucos é um acalanto no qual devemos observar que o dia-a-dia dos sobreviventes da guerra é tão ruim quanto a vida de quem está morto ou virou prisioneiro de guerra. Utilizando-se da amizade formada entre o ginecologista Aldo (Károly Hajduk) e a adolescente Klára (Abigél Szőke), o drama nem sempre tem como foco as perseguições sofridas ou a morte em massa, mas a dor de quem aguarda cotidianamente, na espera de informações dos desaparecidos ou de quem vive a espreita de uma nova perseguição.


A ideia é clara, em uma guerra todos os lados se tornam uma única família, aos que ficam ou sobrevivem há um recomeçar, se reerguer e buscar a paz.

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