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OS MISERÁVEIS (Les Misérables)


A liberdade de uma revolução


O drama político Os Miseráveis, indicado ao Oscar de melhor filme internacional, estreia nesta semana. A produção francesa do diretor Ladj Ly (Nosso Dia Chegará, 2010) foi inspirada nas manifestações reais de 2005 nas ruas de Paris. A trama se passa nos subúrbios da cidade em que Victor Hugo escreveu seu clássico romance homônimo, fazendo assim uma analogia com a obra.


O esquadrão anti-crime, a partir do qual a trama se desenvolve, conta com a dupla Chris (Alexis Manenti) e Gwada (Djibril Zonga) que recebe o novo e inexperiente policial Stéphane (Damien Bonnard) a fim de impor a paz entre a comunidade local e as gangues. Porém, num dia no qual perdem o controle em uma perseguição, são filmados por um drone que pode levá-los a perderem seus empregos.


O drama, que se baseou em um curta-metragem, faz jus à escolha do roteirista/diretor em transformá-lo em um longa, recebendo indicações ao Globo de Ouro, Critics Awards e ao Oscar. Os Miseráveis foi ainda exibido no Festival do Rio. Embora carregue o memorável titulo do romance clássico de Victor Hugo (1802 - 1885), não é uma adaptação, passa longe de um romance. Porém, é possível ao expectador encontrar em cada personagem características dos antagonistas e protagonistas famosos.


A direção de Levj Ly apresenta aspectos de documentário, pois a história se passa ao longo de apenas 24 horas de narrativa, mas de modo ficcional e realista, filmado aparentemente num plano seqüência. A fotografia por vezes incomoda devido ao clima de claustrofobia que instala aproximando o expectador ao personagem. É uma obra intensa e provocadora, que instiga e confronta nossa conduta de certo e errado. Com contexto atual que nos incita a buscar a coragem acima de tudo.

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