A DUQUESA VINGADORA (Duchness)
- Ricardo Corsetti

- 14 de jul.
- 2 min de leitura

FILME “MUDERNIM” DE ARAQUE
por Antonio de Freitas
A Duquesa Vingadora (Duchess, 2024) é um filme de Neil Narshall (Cães de Caça, 2002) e isto basta para gerar certo interesse. Apesar de ser um dos culpados por aquele péssimo Hellboy - de 2019 -, ele foi o criador de um dos melhores filmes de lobisomem da história que é o Cães de Caça (Dog Soldiers, 2002) e do claustrofóbico e enigmático Abismo do Medo (The Descent, 2005), que gera discussões e teorias até hoje. Por isso, apesar do tropeço monstruoso, ainda existe esperança de ver algum filme dele que, pelo menos, tenha um pouco da originalidade e ousadia dessas duas joias do cinema.

O filme começa com um homem tipo mafioso entrando em um quarto onde uma ruiva o espera na cama vestindo uma lingerie sensual. Há um diálogo repleto de clichês de filme de gangster e a cena termina em um banho de sangue bem exagerado. A imagem é congelada e os nomes dos personagens aparecem sobre cada um deles e seguidos de uma ligeira apresentação de uma voz de mulher que, logo depois sabemos, vai ser a protagonista e narradora da história. Ela é Scarlett Monaghan, interpretada com uma raríssima falta de talento por Charlotte Kirk (Oito Mulheres e um Segredo, 2018). Sua atuação deixa a dúvida sobre o que estava pensando o diretor quando aceitou uma atriz que nem consegue franzir a testa (excesso de botox?) em um filme repleto de emoções fortes.
E Scarlett nos conta sua história de vida começando com sua vidinha medíocre de trambiqueira de boates, onde seduz homens para lhes roubar as carteiras até o momento que conhece um misterioso e elegante homem com quem tem uma forte paixão à primeira vista. A partir daí ela entra em turbilhão de eventos repletos de muita violência, em cenas super movimentadas, com lutas e tiroteios orquestrados para serem o mais espetacular possível, com diálogos e movimentos de câmera pretensamente criativos para soarem como parte de um filme ousado, seguindo a moda dos filmes "moderninhos", recheados de referências da cultura pop que seguiram o sucesso de Quentin Tarantino (Era Uma Vez em Hollywood, 2019). E vale muito lembrar também de Guy Ritchie (A Fonte da Juventude, 2025)

E é isto que A Duquesa Vingadora é: uma tentativa de fazer um filme nesse estilo, com umas cenas de violência exagerada - beirando o TRASH - convivendo com outras que desbragadamente expõem suas inspirações em outros estilos cinematográficos. E tudo isso com uma protagonista bonita, mas inexpressiva, que fica apertando os olhos achando isso sexy, mas acaba parecendo que ela tem uns 6 graus de miopia e está sem óculos. Definitivamente um filme moderninho de “Black Friday”. Ou melhor, de “Black Fraude”.


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