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A LUTA DE UMA VIDA (Survivor)




REVISITANDO UM VELHO TEMA COM PROPRIEDADE


por Ricardo Corsetti


Filmes que abordam a ascensão do Nazismo e, portanto, o holocausto do povo judeu ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, não são novidade na história do cinema internacional e, aliás, quase sempre constituem uma espécie de "fórmula do Oscar".

Desde obras de primeira grandeza, tais como: A Lista de Schindler (Steven Spielberg, 1993) e A Vida é Bela (Roberto Benigni, 1998), até uma infinidade de outros filmes menores, poucas vezes um tema foi tão recorrente e explorado pelo universo audiovisual.


Nesse sentido, embora não traga grandes inovações ao tema, o filme A Luta de Uma Vida cumpre com eficiência a árdua tarefa de não soar datado e repetitivo ao ter, como pano de fundo, a questão do holocausto. E o faz por meio do relato da história do boxeador judeu/polonês Harry Haft (1925 - 2007) que, durante o horrendo período em que viveu num campo de concentração, foi obrigado a lutar (até a morte de seus oponentes, aliás) com outros prisioneiros também judeus, para o mero entretenimento dos oficiais alemães.



O ator norte-americano Ben Foster (A Qualquer Custo, 2016), apresenta uma ótima e comovente atuação, na pele do sofrido e traumatizado lutador, inclusive ao reviver o episódio igualmente real, em que Harry Haft enfrentou o então campeão mundial dos pesos pesados, Rocky Marciano (1923 - 1969).

O experiente e veterano diretor Barry Levinson (Rain Main, 1988) é, sem dúvida, também responsável pelo êxito na condução dessa emocionante trama.


Violentas e muito bem coreografadas cenas de luta, ritmo narrativo pulsante e bela fotografia - que alterna cenas coloridas e em preto e branco -, além do ótimo trabalho de reconstituição de época, caracterizam esse bom filme.


Não fosse pela totalmente dispensável cena, já próxima ao desfecho da trama, que peca por uma overdose de "americanismo", o filme seria praticamente irrepreensível em seu propósito de retratar um fato histórico e, ao mesmo tempo, entreter o espectador.


Mas, apesar desse pequeno deslize, em termos gerais, A Luta de uma Vida é mesmo um belo filme.




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