A PRIMEIRA VÍTIMA É NOSSA PACIÊNCIA
por Antônio de Freitas
A Presa é dirigido pelo novato Nils Taylor, que dirigiu alguns curtas e 2 episódios de uma série sem importância antes de escrever e dirigir esse filme. No roteiro, dividindo com ele, está Nicole Marie Johnson (talvez o ponto alto de sua carreira será um papelzinho em um episódio do remake da icônica série Dinastia), que também é a protagonista e produtora da obra. Esses créditos deixam qualquer pessoa preocupada com o que vai ver.
O filme começa com dois rapazes fazendo trilhas por uma floresta e conversando banalidades quando são atacados por um estranho e um deles morre enquanto o outro é pego por outro homem, quando sai em desabalada carreira. Não se preocupam em esconder o rosto dos dois homens - como na maioria dos filmes de psicopatas - e deixam bem claro que um deles é muito ruim da cabeça, porque faz uma espécie de reza antes de fazer picadinho do primeiro rapaz.
A ação passa para a chegada de Kat a um rancho (uma locação sem personalidade que parece ser a melhor coisa que a produção pobre conseguiu) e ali ela vai fazer uma espécie de retiro com expedições pela montanha junto com outras moças. É mostrado que ela quer isso para fugir de uma relação abusiva que havia lhe deixado marcas que ainda não cicatrizaram, assim como o trauma que a deixou muito fragilizada.
Ela é apresentada às suas colegas de retiro e elas são um grupo de gostosonas com jeitão de modelos, fato que deixa tudo muito inverossímil. Não se vê uma só moça com jeito de ser apenas uma moça comum, 100% delas são lindas e está claro que estão ali para saírem correndo com os “airbags” balançando, gritando e se esforçando para conseguirem uma chance em outro filme melhor, para depois serem trucidados pelo psicopata da vez.
As moças se arrumam e vão todas passear pela montanha carregando mochilas que, obviamente, não pesam nada. Trocam detalhes de suas vidas em conversas tediosas até que, devido a um incêndio na floresta, elas são obrigadas a passar por outro caminho onde encontram sinais de que alguém ali anda praticando tiro ao alvo com tudo que vê pela frente. Vão tomar decisões erradas e agir como perfeitas idiotas em um roteiro sem inspiração nenhuma. E o que vem depois é apenas um filme comunzinho de drama de sobrevivência e enfrentamento das fraquezas e traumas que fazem o personagem crescer, testar suas habilidades, se reencontrar e vencer no final. Um imenso clichê dirigido, fotografado e atuado como naqueles antigos filmes dos anos 70 e 80 que eram feitos para serem lançados diretamente na TV.
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