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AS AVENTURAS DE GULLIVER (Gulliver Returns)





SAUDOSISMO BEM-VINDO E COM BOAS INOVAÇÕES


por Ricardo Corsetti


Qualquer indivíduo que já passou dos quarenta anos, com certeza deve se lembrar do clássico desenho sobre o já icônico personagem Gulliver, exibido, se não me engano, na extinta TV Manchete, naquelas saudosas tardes oitentistas de minha infância.

Dito isso, a recente animação As Aventuras de Gulliver (uma improvável coprodução entre Rússia e EUA, aliás), tem como principal elemento de inovação - em relação à clássica série televisiva - a introdução do elemento humor.


Sim, pois agora temos um gigante (Gulliver) que nunca foi, na verdade, um gigante. Mas sim, produto de uma lenda, ou, para ser mais claro, de uma grande mentira conveniente, alimentada por décadas, pelo inescrupuloso e ambicioso rei da pequena Lilliput, para ludibriar seus súditos/ cidadãos.



Nesse sentido, é interessante ver como a animação, embora claramente pensada para ser acessível ao público infantil e infanto-juvenil, trabalha também com elementos de claro interesse ao público adulto (fã do clássico personagem), ao discutir - embora de forma leve e bem-humorada, é claro - questões como manipulação da informação pelos detentores do poder (no caso, o Estado) e, sobretudo, concentração de poder, visto que o impagável rei de Lilliput é também juiz e corpo de jurados (composto apenas por ele próprio) no julgamento de fachada, ao qual submete seu próprio "herói". É, autoritarismo a gente vê por aqui.


Além deste roteiro divertido e informativo, acerca dos males gerados pelo autoritarismo, escrito por Michael Ryan (Scooby-Doo e a Máscara do Falcão Azul, 2012) - um experiente roteirista norte-americano -, a direção é do estreante em longa-metragem Ilya Maksimov.



Em termos técnicos, As Aventuras de Gulliver não deixa praticamente nada a desejar em relação às caríssimas e badaladas produções da Disney ou da DreamWorks, por exemplo. É uma boa pedida para se assistir em companhia dos pequenos e também dos "gigantes", pra não perder o trocadilho, nessas férias escolares.




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