por Jhuliano Castilho
É épico?
A cada ano que passa, a Comic con Experience se torna um mega evento voltado às grandes corporações que ali exibem suas marcas, se distanciando assim de seu público original, que seria a galera geek ou nerd, fã de quadrinhos. O pacote que garante acesso a 4 dias de participação no evento, é bem salgado, aliás, para o público comum: 2 mil reais.
A CCXP, portanto, passou a ser um evento destinado a pessoas com muito dinheiro pra investir ou para fãs no real sentido da palavra: "fanáticos". O fanatismo, inclusive, é a única coisa capaz de justificar que pessoas cheguem a dormir na fila de entrada pra poderem presenciar os painéis de seus artistas favoritos que são exibidos no mega evento.
A CCXP é mesmo só pra quem realmente é louco por brindes e "experiências"?
O evento atrai um público gigantesco, vindo de todos os cantos do Brasil, que se dispõe a ficar a maior parte do tempo parado em filas intermináveis, que começam desde a entrada, com enormes filas em zig-zag no Complexo da Imigrantes.
Estive no primeiro dia de evento, 5 de dezembro. É fila pra pegar credencial, depois pra apresentar a credencial, depois pra passar pela revista, depois pra "ket cart" ou sei lá o que. É muita, mas muita burocracia, que só atua no sentido de tornar as filas cada vez mais longas e demoradas.
Ao finalmente entrar no evento, você se depara com estandes dos maiores estúdios do mundo: HBO Warner, Disney Sony, Amazon, Universal, Netflix, e todos tem alguma atração especial para o público, que muitas vezes se resume a apenas um cenário para fotos, mas que já basta para gerar mais filas intermináveis.
Cosplayers são sempre uma das grandes atrações do evento, sendo que este ano ganharam um espaço só pra eles, que inclui um mega camarim e guarda-volumes. Porém a área onde ocorreu o concurso cosplay ficava na outra ponta do pavilhão. Por isso, tive que fazer uma escolha: ou eu participava do concurso cosplay ou assistiria aos painéis.
Acabei não fazendo nem uma coisa nem outra, pois quando cheguei ao painel das aves de rapina que começaria às 20h, fui para a fila às 17h achando que chegaria com uma ótima antecedência. Ledo engano: a fila já estava imensa, mas nela fiquei até às 20h. E qual não foi minha decepção ao receber a notícia de que o auditório já estava cheio e que, portanto, eu não conseguiria entrar.
Mas ao menos a decepção não foi só minha. Cerca de mil pessoas ficaram do lado de fora do auditório, mesmo levando em conta que ele comporta cerca de 5 mil pessoas! Muita gente, com toda certeza, dormiu naquela fila e na sequência passaram o dia lá dentro (do auditório) esperando ver Margot Robbie (Esquadrão Suicida, 2016) em pessoa e outras estrelas do próximo filme da DC Comics e Warner Bros, Birds of Prey (And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn), no Brasil Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa que estreia em fevereiro de 2020.
Mas a decepção por parte do público só não foi tão grande porque as estrelas deram o ar da graça numa breve passagem (via passarela) no estande do site Omelete. Margot Robbie até arriscou um "eu amo todos vocês" em português, agraciando o público com sua beleza e simpatia.
No mais, o evento também contou neste ano com a presença da Globo Play com uma mega estrutura apresentando suas novas séries voltadas ao streaming. Acompanhei também uma entrevista com a primeira geração de Malhação, sendo que vários artistas da emissora, marcaram presença no estande da Globo.
Ah, o SBT também marcou presença com seu elenco.
É isso aí, pessoal.
A CCXP aconteceu entre os dias 05 e 08/11, no São Paulo Expo. Detalhe: com ingressos esgotados para todos os dias do evento!
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