A cada ano menos cristã e mais expo
por Jhuliano Castilho
A expo cristã deste ano, realizada entre os dias 17 e 20 de outubro no parque de exposições do Anhembi, reuniu um grande público que foi ao evento para assistir aos shows dos principais cantores do universo gospel.
O evento mudou bastante com o passar dos anos. No início, a Expo Cristã era voltada para a obra cristã: havia a presença de grandes pregadores do evangelho, palestras, tudo resultando num grande shopping cristão, onde se encontrava de tudo, desde bíblias, livros e canetas até púlpitos, instrumentos musicais e aparelhagem de som para a sua igreja. Havia também a presença de grandes editoras do gênero, apresentando os seus lançamentos em livros, filmes e música.
Nesta última edição, porém, a Expo Cristã (com entrada gratuita) passou a ser quase que exclusivamente um evento de música, com as grandes estrelas da atualidade no segmento gospel e também uma feira com produtos pouco ligados ao mundo cristão: lá havia desde agências de viagens, bancos, agências de automóveis e até construtoras. Ou seja, uma série de coisas em segmentos que nada agregam ao universo cristão.
Em outras palavras, a Expo Cristã tornou-se um evento "secular" com produtos variados que pouco ou nada mais têm a ver com o segmento cristão. Se não fosse pelos shows gospel e algumas outras poucas atrações coerentes com o universo cristão, a feira poderia facilmente ser confundida com qualquer outra.
A grande "inovação" tratava-se de uma exposição virtual e sensorial que recriava passagens bíblicas como a Arca de Noé atravessando o Mar Vermelho e também as pragas do Egito e o Coliseu.
Para mim, uma grande bobagem, pois os visitantes enfrentaram uma fila de mais de uma hora pra ver um cosplay capenga de Moisés abrindo o mar numa tela gigante que ocupava o chão e as paredes da sala. Aí, simplesmente passávamos de um lado até o outro do mar.
Acompanhei a "recriação da travessia ao Mar Vermelho" e também a atração do Coliseu, na qual se utilizava um óculos de realidade virtual para Playstation. Tentar emular a tecnologia de hoje foi mesmo um erro desta atração, pois os gráficos que surgiam eram medonhos. Realmente causavam medo aqueles gráficos tão ruins em plena contemporaneidade.
O projeto foi realizado com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
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