HONRANDO A TRADIÇÃO DO SLASHER
por Ricardo Corsetti
Divertidíssima homenagem/citação ao subgênero slasher (terror com muito sangue), na qual o diretor e roteirista Christopher Landon (A Morte Te Dá Parabéns, 2019) acerta em cheio ao emular sobretudo à tradição do "teenager slasher", inaugurado pelo já clássico Pânico (Wes Craven, 1997).
Aliás, a forma como Freaky ao mesmo tempo satiriza e reverencia os clichês deste subgênero, lembra muito o mesmo misto de terror com comédia adolescente, visto em Pânico 4 (2011) também do mestre supremo Wes Craven.
A troca de personalidade é outro artifício muito utilizado pelas comédias oitentistas e pouquíssimas vezes associado ao gênero terror, e aqui é muito bem aproveitado, rendendo momentos hilários graças ao carisma de Vince Vaughn (Confronto no Pavilhão 99, 2018) que aqui vive o sanguinário "açougueiro de Blissfield", trocando involuntariamente de personalidade com a singela mocinha, Millie (Kathryn Newton).
Outro ponto alto do filme é o personagem Josh (Misha Osherovich), cuja função é justamente satirizar um dos clichês máximos do slasher tradicional, pois, conforme ele mesmo diz em determinada cena: "as minorias sempre são as primeiras a morrer no terror adolescente", visto que o personagem em questão é homossexual.
Em suma, embora Freaky seja mesmo composto por uma overdose de citações aos clássicos do "teenager slasher", visto que há também claras menções ao célebre A Hora do Pesadelo (1986), também dirigido por Wes Craven; o faz com personalidade e muita competência.
Confesso que, como poucas vezes me aconteceu nos últimos anos, ao ver lançamentos não consigo encontrar possíveis pontos fracos ou deslizes a mencionar em Freaky. Portanto, só me resta dizer: se você também é fã de terror e, sobretudo do subgênero slasher, não deixe de assisti-lo, pois é diversão garantida!
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