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INVOCAÇÃO DO MAL 3: A ORDEM DO DEMÔNIO (The Conjuring: The Devil Made Me Do It)




GOSMA MAC TERROR

por Antônio de Freitas


Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio chega depois de alguns adiamentos devido à pandemia e cumpre seu papel de mais um obra do “terrorverso” criado por James Wan, o super cotado diretor dos Invocações 1 e 2, o primeiro Jogos Mortais (2004) e do simpático Aquaman (2018).

Após tornar-se um dos homens poderosos do setor de filmes de terror e fantasia, ele deixa a cadeira de diretor e passa a tarefa ao seu pupilo Michael Chaves, que dirigiu um filme produzido por ele, A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona, 2019), um filme fraquinho, cheio de cenas e sustos que copiam milimetricamente todo o estilo do mestre. E, talvez, seja por isso que James Wan o chamou, ele seria capaz de seguir passo a passo os cacoetes de seu mentor.


E seguiu, o filme é exatamente como os outros do universo sobrenatural do casal Warren. Estão ali todos os detalhes da Griffe Wan. Temos de novo a presença dos ótimos Vera Farmiga (Halston, 2021), Patrick Wilson (Aquaman, 2018) que contracenam com um elenco muito bem escolhido. Temos a fotografia, direção de arte e trilha sonora muito bem orquestradas para criar um bruta clima soturno que dá calafrios. Os infames “jump scares” (aquelas cenas que dão um susto com o surgimento de alguém ou alguma coisa acompanhadas de um acorde alto na trilha sonora) que recebem um toque de criatividade “jameswanesca” e até o uso de uma arma que virou doença em montes de produções: o uso de uma canção melosa ou infantil que, em novo arranjo, se transforma em algo soturno. Neste filme, a canção Call Me - do Grupo Blondie -, um tremendo sucesso dos anos 80, serve para ilustrar os anos em que se passa a história além de tomar formas assustadoras.


E o diretor demonstra que aprendeu o manejo dessas armas dramáticas com o chefe Wan que, com certeza, colocou mais do que um dedo nessa produção que começa com uma sequência muito mais do que aterrorizante de exorcismo demonstrando que vão entregar o que o seu público quer: cenas angustiantes de terror e sustos que vão terminar em um detalhe nunca visto antes na franquia. Os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren enfrentam algo tão forte que acabam pisando na bola. E a consequência desse erro é o que move essa história que lida com dois protagonistas que vão ter sua fé e segurança colocadas a prova.

Depois desse tenebroso evento, um dos personagens participantes do exorcismo comete um assassinato e é levado ao tribunal onde alega inocência por estar possuído por um demônio quando cometeu o crime. Este filme é “exageradamente” baseado em fatos reais e quem não quer saber como termina isso não deve procurar sobre o assunto na internet. Para resolver o caso, o casal de “caça fantasmas” se joga em mais uma aventura típica da franquia repleta de cenas fortes com sustos e reviravoltas que já foram vistas antes e são a delícia dos fãs do gênero.


Como todos os outros filmes do mundinho tenebroso de James Wan, este é bem feito em todos os aspectos, mas demonstra que eles mesmos estão tentando enveredar por outro caminho para não cair na mesmice, como acontece com as continuações “hollywoodianas”. E esta tentativa surtiu algum efeito, por termos ali vários pontos diferentes dos outros.


Nessa época em que estamos suportando uma avalanche de filmes de terror pretensiosos e absurdamente ruins, ao menos sabemos o que vamos encontrar nessa terceira história do casal Warren. Ainda bem que não tem nenhuma boneca maldita ou freira demônio para entrarem em algum outro filme derivado dessa linha de história. Tem que ir nesse filme como quem vai ao Mac Donald’s sabendo exatamente que gosto tem aqueles sanduíches de lá. Se gosta do que viu nos outros, pode ir que vai se divertir.




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