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LIGA DA JUSTIÇA - SNYDER CUT





UM DELEITE PARA FÃS

por Jhuliano Castilho



Liga da Justiça - Snyder Cut é um momento único na história do cinema, embora, em razão da pandemia, não tenha de fato sido exibido na tela gigante dos cinemas. O lançamento ficou para o canal de streaming HBO Max.



A produção é um autêntico presente para aqueles fãs que saíram com um gosto amargo dos cinemas, em 2017, que lutaram nas redes sociais para ver como seria o filme de fato idealizado pelo diretor Zack Snyder (Liga da Justiça, 2017). É, portanto, uma grande vitória dos fãs, ver realizado o sonho de conseguirem convencer a distribuidora Warner Bros a, finalmente, exibir o filme da forma como foi idealizado pelo diretor.


O diretor abandonou o projeto em 2016 devido ao suicídio de sua filha. Com isso, Joss Whedon (Muito Barulho por Nada, 2012) assumiu o controle criativo, refazendo diversas cenas, dentre elas as do Superman (Henry Cavill) com seu bigodão apagado na pós- produção, por exemplo. Por essas e outras alterações do plano original, a obra original foi alterada por completo.

Por isso mesmo, surgiu agora o "Snyder Cut": um desejo dos fãs, no sentido de que a visão original do projeto fosse mostrada.


O filme começa com o mundo em luto pela morte do Superman em Batman Vs Superman - A Origem da Justiça (Zack Snyder, 2016) e a humanidade agora é ameaçada pelo vilão, que está atrás de três caixas maternas em algum lugar da Terra, para conseguir dominar o mundo.



Após perceber que está há muito tempo lutando sozinho, devido à morte de seu antigo desafeto e atual amigo (por conta das Mães Martas), Superman e Bruce Wayne (Ben Affleck) convocam Diana Prince (Gal Gadot) para combaterem um inimigo ainda mais poderoso e recém-despertado. Juntos, portanto, Batman e Mulher-Maravilha recrutam um time de meta-humanos. Mas mesmo contando agora com uma formação da liga de heróis sem precedentes - Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ray Fischer) e Flash (Ezra Miller) - poderá ser tarde demais para salvar o planeta de uma destruição iminente.


O tão comemorado "Snyder Cut" ganhou uma dimensão jamais vista em termos de marketing e repercussão via internet, em relação a qualquer outro corte assinado por um cineasta. É também inegável se tratar de um filme bem melhor do que a versão original. Por ter uma longa duração (superior a 4hs), o filme consegue desenvolver melhor os personagens, dando assim profundidade à história, que em 2017 era rasa e um tanto perdida, parecendo uma verdadeira colcha de retalhos. E, sinceramente, era justamente o que o filme era, sem a autêntica visão de seu idealizador e picotado sem a menor cerimônia por Joss Whedon.


Ciborgue, por exemplo, que era um "figurante de luxo", aqui é o coração do filme. Até Flash, que antes equivalia a apenas um alívio cômico, aqui consegue fazer bem mais sentido. Além disso, o Batman parou de fazer piadinhas de tiozão do churrasco.



Liga da Justiça de Joss Whedon falhou por ser um filme sem alma, fruto da divergência entre dois cineastas de estilos opostos e interferência direta do estúdio, que causaram à produção diversos problemas no enredo e execução do filme. Esta nova versão recupera esse ponto crucial, apresentando uma visão narrativa coerente e original. Até mesmo Steppenwolf (Ciarán Hinds), que mais parecia um vilão genérico de Power Rangers, por exemplo, consegue ser mais interessante nesta nova versão, deixando de ser aquele vilão sem graça, para se tornar uma ameaça real, ou seja, um personagem que aqui tem uma real motivação.


O filme de Snyder mostra melhorias evidentes ao explorar melhor os arcos dramáticos e também o desenvolvimento dos personagens. O filme original, por outro lado, não tinha um norte; não sabia aonde queria chegar. Nesta nova versão, temos uma ameaça maior por vir que é simplesmente de gelar a espinha ao pensar como seria este confronto de heróis contra o maior vilão da liga da justiça - Darkside - que é um dos principais antagonistas, grande inimigo de toda a liga.


O desfecho do filme, certamente fará com que todos os fãs de filmes de heróis queiram ver a continuação desta história, o que joga uma bomba no colo da distribuidora, que não tinha a menor intenção de continuar com a saga no cinema.


Há também participações muito especiais no epílogo da trama. Além disso, finalmente é explorado o pesadelo de Batman, que faz conexão com produções passadas, como Batman Vs Superman e com o futuro pós-apocalíptico, gerando Darkside. O Coringa (Jared Leto) está de volta, mas aqui numa versão muito mais ameaçadora e interessante que a versão flopada do Esquadrão Suicida (David Ayer, 2016). Há também Joe Manganiello (Missão Pijamas, 2020) como o "Exterminador". Além, é claro, do retorno de Lex Luthor (Jesse Eisenberg). Outra participação especial do longa é uma aparição surpresa do Caçador de Marte (Harry Lennix).


A trama das caixas havia ficado sem explicação na Liga da Justiça de 2017, mas agora é bem desenvolvida, com o personagem indo buscá-las em Themyscira, Atlântida e, finalmente, com Ciborgue. Um autêntico presente para os fãs, as 4h02min de Snyder Cut valem cada segundo e compensam também a longa espera de 4 anos para ver este filme.




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