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MATE OU MORRA (Boss Level)


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MUITO BARULHO, PRA POUCO RESULTADO


por Ricardo Corsetti


Típico filme que tenta se amparar apenas em qualidade de realização técnica (leia-se efeitos especiais e muita pirotecnia), Mate Ou Morra revela-se incapaz de disfarçar sua pobreza em termos de roteiro e clareza narrativa, apesar de todo espetáculo visual que, sem dúvida, oferece ao espectador.

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A inexpressividade do ator escolhido como protagonista: Frank Grillo (Uma Noite de Crime, 2013), compromete ainda mais qualquer possibilidade de o filme ser algo além de mero entretenimento totalmente descartável. Nem mesmo a presença de um seleto grupo de coadjuvantes "estelares": Naomi Watts (21 Gramas, 2003), Mel Gibson (Mad Max, 1979) e Meadow Williams (American Traitor, 2020). No sentido de compensar o "lusco-fusco" apresentado pelo protagonista, consegue resolver o problema, graças a um roteiro confuso e mal desenvolvido.


É também perceptível que Mate ou Morra tenta emular muita coisa presente em dois filmes específicos (bem superiores, diga-se de passagem): Corra, Lola, Corra (Tom Tykwer, 1998) e Mandando Bala (Michael Davis, 2007). No entanto, o recurso às constantes idas e vindas no tempo, que por um lado tão bem funcionavam em Corre, Lola, Corra, aqui apenas tornam a trama de Mate ou Morra confusa e por vezes até enfadonha. E isso apesar de sua duração enxuta de apenas 1 hora e 40 minutos.


O humor que se tentou imprimir à trama, visando torná-la um misto de comédia/ação, assim como ocorre no citado Mandando Bala, também não funciona durante a maior parte do tempo. A personagem samurai Guan Yin (Selina Lo), por sua vez, é uma das poucas coisas que funcionam razoavelmente, conseguindo trazer humor a algumas cenas, mas, ainda assim, depois de certo tempo a repetição de seus bordões também perde a graça.


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E além de todos os problemas citados, a direção empreendida por Joe Carnahan (A Perseguição, 2011), embora tecnicamente competente, carece de personalidade. Ou seja, não é possível identificar uma "assinatura de diretor", semelhante a que vemos na obra de autênticos mestres do cinema de ação, como: John Woo (A Outra Face, 1997) ou Tony Scott (Chamas da Vingança, 2003), por exemplo.


Em poucas palavras, Mate Ou Morra resume-se a muito barulho por quase nada a oferecer, além de algumas belas explosões e tiroteios. É realmente pouco, mesmo para atender aos padrões de um filme de ação verdadeiramente competente.




 
 
 

Comentários


Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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