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MUTI - CRIME E PODER (The Ritual Killer)



BOA PREMISSA, RESULTADO NEM TANTO


por Ricardo Corsetti


Típico exemplo de uma boa ideia desperdiçada, Muti - Crime e Poder se insere claramente naquela categoria dos filmes que partem de uma ótima premissa, mas seja pela inabilidade do diretor em contar aquela história, seja pela inabilidade do roteirista em desenvolver adequadamente sua ideia original, acaba se perdendo no meio do caminho.

Misto de drama com suspense policial com uma trama - em princípio, bastante interessante, é verdade - envolvendo curandeirismo e feitiçaria, acaba, porém - devido a tantas reviravoltas desnecessárias e mal explicadas - cansando o espectador e assim comprometendo, irremediavelmente, o resultado final.


Aliás, por falar em "final", o filme dirigido por George Gallo (Vigaristas em Hollywood, 2020) tenta nos ludibriar com pelo menos uns 4 pseudo-finais e, por isso mesmo, embora tenha apenas 1 hora e 32 minutos de duração, por um momento chega a parecer durar 3 horas, tamanho é o desgaste da história central que acaba por provocar - ao tentar ser "original" - quando, na verdade, tudo o que consegue com tal prolongamento desnecessário da narrativa é ser enfadonho.


Além disso, as atuações também deixam a desejar. Nem mesmo o experiente Morgan Freeman (Seven - Os Sete Pecados Capitais, 1995), que parece ali estar apenas para cumprir tabela, apresenta um desempenho que vá realmente além do razoável.



A propósito, o diretor já havia trabalhado com Freeman e também com Robert De Niro (O Cabo do Medo, 1991), na comédia Vigaristas em Hollywood (2020), com resultado bem melhor. Visto que aqui, até mesmo sua direção propriamente dita, se mostra bastante deficiente desde as cenas iniciais, verdade seja dita, com planos mal escolhidos.


Apesar da boa qualidade em termos de produção, "Muti" ficou, realmente, apenas na intenção de resultar num bom filme.


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