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NIX - A ENTIDADE (NIX)



TERRORZINHO GENÉRICO


por Antônio de Freitas


Nix – A Entidade, dirigido por Anthony C. Ferrante, nos provoca medo logo nos créditos iniciais, quando aparece o nome do diretor dos três últimos filmes da interminável franquia Sharknado e do infame Tsunami de Zumbis (2019).

A sensação é de que boa coisa não vai vir. Após o susto inicial somos apresentados a uma família que, nos anos 90, vai passear perto de um lago de aspecto tétrico. Os pais e os dois filhos não percebem que a filha caçula se afastou de todos para pegar uma bola extraviada e vai até a margem do lago onde é atacada por uma criatura que parece uma mistura de homem com uma ameixa seca em cena muito mal dirigida. Em plena luz do dia que denuncia as dobras da maquiagem de corpo inteiro e o material de borracha.

Há salto de 25 anos e a família vive em perpétuo trauma com a perda da filhinha. A mãe é interpretada pela adorada Dee Wallace, a inesquecível mãe do protagonista do icônico E.T. O Extraterrestre (Steven Spielberg, 1982), que está muito bem como uma mãe perturbada que espera a volta da filha. Os filhos estão adultos, um deles acabou de se divorciar e tem uma filha que é deixada com eles pela mãe relapsa. Quando a menina chega, coisas estranhas começam a acontecer e a família descobre que algo maléfico está rondando e talvez esteja conectado com o desaparecimento de 25 anos atrás.


O que vem depois é uma enxurrada de cenas batidas de filmes de terror com muitos jump scares, quando o cara de ameixa seca aparece abruptamente em delírios ou naqueles sonhos que fingem fazer parte da realidade para que, depois de um susto, mostrem que a pessoa estava sonhando.



O diretor tenta fazer um filme com muito clima e mostrando evolução do estado psicológico dos personagens, mas só consegue fazer cenas apenas morosas com enquadramentos sem inspiração. E comete um erro terrível ao mostrar toda a criatura e sua conexão com determinado personagem logo nos primeiros minutos, não deixando nada para o espectador imaginar. Esquece que grande parte do suspense reside na imersão do espectador quando capta apenas detalhes que atiçam sua curiosidade e servem como gatilho para que projete na história parte de seus medos. O resultado é um filme que não passa de um terror genérico e pretensioso.


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