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O ESQUADRÃO SUICIDA (The Suicide Squad)






NOVO FÔLEGO PARA UMA VELHA FÓRMULA



por Ricardo Corsetti


Que agradável surpresa foi assistir a nova versão de O Esquadrão Suicida, escrita e dirigida pelo talentosíssimo James Gunn (Guardiões da Galáxia, 2014). Filme que acerta em praticamente todas as escolhas que fez, seja em termos de estética, seja em termos de senso de humor inesperado.

Ao contrário do intragavelmente artificial clima pseudo-dark do primeiro filme realizado em 2016, aqui o diretor/roteirista flerta sem qualquer pudor, com a estética do trash/gore, de forma surpreendente para os padrões de uma mega-produção hollywoodiana, o que acaba conferindo ao novo filme um delicioso senso de humor muito peculiar.

Em boa parte do tempo o filme é tão divertidamente sanguinário que chega a lembrar o estilo de um Robert Rodriguez (Machete, 2010) por exemplo. Obs.: notem que eu disse "divertidamente" sanguinário, pois o senso de humor que permeia toda a trama evita, com extrema eficácia, que o desfile de tripas e cérebros voando por todos os lados se torne pesado ou de mau gosto, nem por um minuto.


Destaque para o personagem "Bolinha" (David Dastmalchian) que, em mãos erradas, poderia ser ridículo, mas dentro da proposta ultra bem-humorada da trama é simplesmente divertidíssimo ao projetar a figura de sua mãe, digamos assim, "superprotetora", em cada um dos inimigos que encontra pela frente ao longo da história. Obs: vejo ecos de Fome Animal (Peter Jackson, 1989) na construção deste personagem.

Quanto à estrela absoluta Margot Robbie, ela dispensa maiores comentários, pois sua presença cênica como a já lendária "Arlequina", é simplesmente hipnótica.

A presença da atriz brasileira Alice Braga (Cidade Baixa, 2003), embora relativamente pequena, como a filha do ex-presidente da fictícia ilha de Corto Maltês e atual guerrilheira, também é digna de nota.


Aliás, a forma como o filme desconstrói, sempre de forma bem-humorada, o suposto bom mocismo da eterna "polícia do mundo" (EUA) que visa ocultar seus reais objetivos bem menos nobres - ao invadirem republiquetas das bananas latino-americanas - é mesmo surpreendente.


Em resumo, fazia mesmo tempo que eu não via um típico blockbuster made in USA soar tão criativo e deliciosamente debochado, graças a um senso de humor tão certeiro. Longa vida a James Gunn, este garoto de 51 anos (rs) tem mesmo futuro.




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