RÚSSIA E PRECONCEITOS
por Cláudia Anaf
O Homem que Surpreendeu a Todos (2018), filme escrito e dirigido por Natasha Merkulova e Aleksey Chupov, exibido no 75° Festival de Veneza, é um drama em que um homem, ao saber que tem pouco tempo de vida, tenta enganar a morte.
Egor, (Yegor Korshunov), é um guarda florestal e pai de família que vive numa cidade da taiga Siberiana, num ambiente rural e pacato. O papel de sua esposa Natalia foi feito pela diretora e atriz Natalia Kudryashova, vencedora do prêmio de melhor estreia feminina em 2010 no Festival Constellation, e de melhor atriz no 75° Festival de Veneza.
No entanto, no momento em que, para enganar a morte Egor assume outra personalidade, a de uma mulher, o equilíbrio da cidade, cai por terra. Os vizinhos dantes empáticos com o sofrimento de Egor, em estado terminal, passam então a ter comportamento violento para com ele.
O filme é bem construído, faz crítica à sociedade conservadora, onde não há espaço para aqueles que saem da norma estabelecida. É sabido que em pleno século 21, a Rússia tem muito preconceito, com homossexuais, pessoas de outras crenças, etc. Aliás, se pensarmos na história do Império Russo, sempre houve muito preconceito, o que continuou durante o governo Stanilista, permanecendo até os dias de hoje.
Essa crítica é mais que bem-vinda, pois ela é necessária na Rússia, país que tem que se interrogar quanto ao seu conservadorismo e aceitar mudanças. Inclusive, nos difíceis tempos em que se está vivendo, de retrocessos, a bem da verdade, o mundo precisa se haver com estas questões.
Serviço:
FESTIVAL DE CINEMA RUSSO
De 10 a 30 de dezembro na plataforma Spcine Play:
GRÁTIS
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