UMA TENTATIVA DE FILME DE HORROR E O NASCIMENTO DE UMA NOVA MUSA
por Ricardo Corsetti Uma coisa é inegável: desde que estrelou a reencarnação da franquia Pânico - em Pânico 5 (2021) e Pânico 6 (2023) -, a jovem atriz mexicana Melissa Barrera é fortíssima candidata ao título de nova musa do terror - contemporâneo. Ou, quem sabe até, ela possa herdar o título/apelido que já foi associado a Jamie Lee Curtis (Halloween, 1978), entre o final dos anos 70 e início dos 80 -, se tornando a nova "scream queen" (rainha do grito) do horror moderno.
Até porque, é fato que ela é simplesmente a alma, em todos os sentidos, do recente filme O Nascimento do Mal, do qual assina, aliás, a produção executiva, além de protagonizá-lo. No mais, o longa padece da absoluta falta de criatividade ou originalidade, optando por sustos fáceis (que na maioria das vezes, não funcionam da forma esperada) e por uma trilha sonora equivocada, que tenta super dimensionar determinadas cenas, forçando uma dramaticidade que tais cenas, na verdade, nem de longe possuem. Felizmente, porém, para compensar suas deficiências em termos de roteiro e originalidade, O Nascimento do Mal possui Melissa Barrera que, literalmente, deu o sangue (também no sentido metafórico) para o que filme ainda funcione razoavelmente, entregando uma atuação realmente competente e envolvente.
Em termos de referências cinematográficas, O Nascimento do Mal se inicia parecendo uma espécie de misto entre O Chamado (Gore Verbinski, 2002) e Atividade Paranormal (Oren Peli, 2007), para mais adiante se tornar uma espécie de O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968) pouco inspirado. Em resumo, boas referências o filme até possui, o problema é não saber aproveitá-las ou desenvolvê-las da forma adequada. Em ternos técnicos, a direção é apenas ok e os efeitos especiais, satisfatoriamente realizados. Mas o que realmente fica em nossa memória após ver o filme é mesmo a ótima atuação e total entrega à personagem, apresentada pela nova diva Melissa Barrera. É isso.
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