LINDA EMBALAGEM, PARA UM CONTEÚDO APENAS RAZOÁVEL
por Ricardo Corsetti
Creio que a primeira coisa a ser dita sobre o filme em questão é destacar o autêntico "crime" por ele cometido, no sentido de aproveitar tão mal um ator do porte de Sam Neill (Jurassic Park, 1996) que, praticamente, foi utilizado como "figurante de luxo", com função absolutamente secundária na trama. Triste e desrespeitoso desperdício de seu talento, lamentavelmente.
No mais, pouco há a se destacar nesse misto de ficção científica/fantasia/comédia que mais parece um amontoado de referências mal utilizadas: As Crônicas de Nárnia (Andrew Adamson, 2005), Harry Potter (Chris Columbus, 2005), Os Excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001), etc.
Aliás, por falar em Os Excêntricos Tenenbaums, é visível que esta recente produção inglesa, dirigida pelo australiano Jeffrey Walker (O Casamento de Ali, 2020), tenta emular, sem sucesso, aquele típico humor "fofinho", característico do diretor de "Tenenbaums", Wes Anderson.
As tiradas cômicas quase sempre não funcionam, pois os personagens, em sua quase totalidade, não são carismáticos. Nem mesmo o "vilão" vivido pelo quase sempre ótimo Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, 2009) que aqui está excessivamente caricato.
Realmente pouca coisa se salva ou é digna de nota em O Portal Secreto, com exceção do ótimo trabalho de direção de arte e também a bela fotografia. Mas isso é mesmo muito pouco para tornar O Portal um filme realmente relevante.
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