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ONE PIECE FILM: RED (Idem)

Atualizado: 10 de nov. de 2022


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MISCELÂNEA SONORA E VISUAL

por Ricardo Corsetti


A recente adaptação cinematográfica de One Piece Red, parece não ter pensado muito naqueles que não conheciam previamente a trama e personagens do homônimo anime em que se baseia.

One Piece Film, portanto, corresponde em grande parte a um produto claramente voltado a sua fan base (fãs incondicionais), esteticamente e tecnicamente bem realizado, isso é verdade, mas com trama um tanto confusa, com muitos elementos dificilmente digeríveis por quem não está de fato familiarizado com o universo retratado.

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Um autêntico espetáculo visual e - sobretudo - musical, verdadeira miscelânea de sons e cores na qual, porém, o experiente diretor de animação Goro Taniguchi (Code Geass: Lelouch of the Resurrection, 2019) parece ter esquecido que era preciso de fato contar uma história, com início, meio e fim, razoavelmente identificáveis.


O humor peculiar, claramente ligado à cultura japonesa, nem sempre funciona em relação ao nosso padrão cultural, apesar de todas as referências à cultura pop internacional, presentes sobretudo na concepção visual do filme.

O fato de termos acesso a uma cópia dublada, no entanto, contraditoriamente, acaba sendo justamente o ponto alto dessa versão pois, conforme destacaram os dubladores brasileiros presentes à coletiva de imprensa pós-filme, isso acaba gerando empatia e familiaridade por parte do público em geral ao ouvirmos expressões tipicamente brasileiras (e muitas vezes regionais) como: "oxe", "irado", "pra dedéu" e "vem novinha", por exemplo.


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Em outras palavras, justamente aquilo que, em princípio, deveria soar estranho no filme (as referidas expressões em português), é o que melhor funciona no âmbito de fazer com que o filme se comunique - de forma mais direta - com a parcela do público não familiarizada com o universo anime.

Válido enquanto experimento audiovisual, One Piece Film: Red, no entanto, mostra clara dificuldade em ultrapassar as barreiras culturais e temáticas, involuntariamente impostas pelo formato anime. Mas vale uma boa conferida!




 
 
 

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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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